1982 - Sala de Imprensa

Tópico destinado às notícias e anúncios oficiais da temporada de 1982.

Sean Byron leva a Newsweek para a Renault e ainda solidifica parceria com sua nova coluna
Newsweek

Sean Byron e a Newsweek continuam seu vínculo para 1982, agora na Equipe Renault Elf. A principal novidade do acordo, entretanto, é a nova coluna do chefe da equipe francesa: a Newsweek Formula One Days, onde toda semana serão publicadas as considerações de Byron tanto sobre seu time quanto sobre aos acontecimentos da corrida anterior. Ao ser abordado a respeito do tema, o britânico foi direto: "o plano é aproximar a visão de dentro da Fórmula 1 à massa leitora, e não há nada mais eficiente do que aprofundar a parceria já existente com a Newsweek, estou realmente orgulhoso do projeto!", já a respeito de uma possível influência do filme da Biscazzi, confirmou, "o curta da Biscazzi certamente abriu meus olhos quanto ao futuro, que está em popularizar a categoria nas mídias escritas e televisivas". A coluna deve sair sempre na revista seguinte aos eventos relevantes da Fórmula 1.

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- a minha ideia é justamente para tentar repor o "vazio" em termos de roleplaying deixado com a ida do Byron para a Renault, já que agora as possibilidades de "escrever história" são bem mais limitadas, se alguém achar isso "exagerado" ou viagem, só falar ou discutir, sem problemas. Movimentando algo já tá ótimo.
- em termos de tempo real, eu devo fazer isso em um tempo de no máximo três dias após cada corrida, mas quem me conhece sabe que sou horrível com prazos.
- não sei se farei isso na Sala de Imprensa ou no Paddock mesmo.
- não sou um Lovatto (dotado do dom de escrever) editando essas coisas, então esperem algo bem dentro de minhas limitações.

Legal

Preparando os ajustes finais para o início da temporada, Lee James concedeu entrevista coletiva sobre as expectativas da equipe para 1982

- A Fittipaldi chega para disputar o título neste ano?
LJ: Faremos o possível para que a equipe consiga ir além do que já foi nos anos anteriores e tenho total confiança de que somos candidatos ao título de pilotos com Emerson. No entanto, ainda não temos um parâmetro de como De Cesaris poderá render com nosso carro, então acho cedo para nos colocar como candidatos ao título de construtores neste início de temporada enquanto Savoia, Ferrari e Williams mantiveram sua dupla de pilotos. Mas, certamente, faremos de tudo para brigar pelas duas taças

- A decisão de buscar uma alternativa para o carro número 8 foi considerada "desastrosa", uma vez que Mansell rejeitou a equipe e Patrese também acertou com a Project Four. Como avalia o resultado final desta ação?
LJ: Infelizmente nada saiu como planejamos. Sabíamos que seria um plano ousado, mas meu patriotismo sobressaiu e queria novamente contar com um piloto inglês na equipe e Mansell era o candidato ideal para o posto. O que não sabia era que, apesar de toda a agressividade dentro das pistas, fosse se acovardar fora dela e tendo medo de buscar seu espaço na Fittipaldi. Claro que financeiramente a renovação era vantajosa a Nigel, mas dizer que seria segundo piloto com um longo contrato parece algo vindo de um piloto acomodado.
Sobre Patrese, infelizmente o decepcionamos, algo que nunca foi recíproco. Aprendemos com este erro e oficialmente gostaria de agradecer por todo o bom trabalho desempenhado por Riccardo. Sabemos que suas críticas e frustrações a respeito de nossa atitude são justas e justificadas, mas esperamos que Patrese não tenha fechado as portas para a Fittipaldi em negociações futuras. Humildemente pedimos desculpas por todo este momento de renovações e esperamos que, nas considerações de Patrese, ele também leve em conta os pontos positivos que a equipe ofereceu

- A Fórmula 1 entra em uma era com motores turbo, mas a Fittipaldi adota uma postura diferente com motores aspirados e um engenheiro de pista. Há alguma razão especial para este planejamento?
LJ: Na Fórmula 1 temos de jogar, inicialmente, com as cartas que nos são dadas. Em 81, soubemos que os motores Ford-Cosworth estariam defasados em relação a potência e preferimos contar com um motor novo e exclusivo projetado por Georges Martin, mas que infelizmente fora projetado de tal forma que o próprio Martin não poderia trabalhar nos ajustes de potência. Dada a falta de engenheiros de motores aspirados no mercado para trabalhar com estes motores e todo o tempo e custo para se projetar um motor turbo ao longo da temporada com um novo engenheiro, além de manter a fábrica ocupada e sem recuperar nossos chassis, acreditamos que perderíamos bastante em competitividade na soma final. E, claro, um engenheiro de pista poderá nos colocar em melhor situação diante dos acertos para pista molhada e trabalhar em conjunto com Ducarouge no desenvolvimento de um novo chassi para o ano de 1983. E também, com o cronograma aliviado para o início do ano que vem, abrindo a possibilidade de nos juntarmos às equipes que utilizam motores turbo

- De Cesaris foi bastante criticado em sua equipe anterior. Haverá pressão ao chegar em uma equipe que brigava por vitórias e andava na parte da frente do grid?
LJ: Claro que iremos cobrar e esperar resultados de De Cesaris, mas sabemos que a inexperiência também faz parte e o ano será de aprendizado para todas as partes. Andrea terá Emerson como um excelente tutor para lhe mostrar o caminho dos grandes, enquanto também teremos que adequar nossas cobranças já que vínhamos com um piloto que havia vencido na categoria e agora temos um jovem com gana de marcar seu nome na história da categoria

Williams faz apresentação da equipe para 82 vislumbrando apenas uma coisa: os dois títulos
Autosport

A equipe Williams apresentou oficialmente hoje, em Didcot, sua "formação" para a próxima temporada do Mundial de Fórmula 1. Com as duas unidades do novo FW04 a mostra, estiveram presentes na coletiva de imprensa os pilotos Keke Rosberg e Elio de Angelis, partindo para a quarta temporada como companheiros de equipe, Frank Williams e Patrick Head, donos da equipe, o recém-chegado engenheiro de motor Carlo Chiti e o manager Gustavo Lovatto, em seu quinto ano administrando o time.

Após o sólido ano de 81, Gustavo Lovatto declarou: "Agora que nos estabelecemos no pelotão das equipes de ponta, não há outra coisa a fazermos que não mirarmos os dois títulos dessa temporada. Temos um staff de alto nível, um time unido e coeso e só uma motivação: vencer.", disse. Além disso, ressaltou que seus dois pilotos estão "no melhor nível de suas carreiras, além de ambos saberem o que correr na Williams significa e terem incorporado os princípios que temos aqui em Didcot.". Antes da viagem para Kyalami, a equipe fará um teste aberto em Silverstone para refinar alguns detalhes do conjunto carro/motor.

Ao chegar devidamente caracterizado com um paletó com o símbolo da novata Galaxy no peito, e sentar na poltrona devidamente colocada junto aos microfones da coletiva em Londres, Bill Gale foi bombardeado por jornalistas em sua maioria britânicos.

Ao ser questionado pela opção por Bruno Giacomelli, respondeu Gale: "Foi nossa primeira opção desde que decidimos entrar na F1. Independente dos patrocinadores terem exigido a contratação de um piloto italiano, nós já havíamos optado por negociar com ele, que é um ótimo piloto."

E quando perguntado pelo engenheiro Wass, respondeu: "O melhor dentre os disponíveis, e o que mais se encaixava na nossa filosofia de trabalho, portanto perfeito para nosso início na categoria."

Um jornalista esportivo perguntou quais eram as metas e o que dava pra fazer nesse ano e Gale respondeu sem titubear: "Tenho que nos comparar com os outros pequenos e novatos, então afirmo que temos boas chances de estar periodicamente no top 10 nas corridas, e a não ser que tenhamos imprevistos, vamos sempre conseguir largar, pois o Bruno(Giacomelli), é o melhor piloto dentre as novatas e os pequenos. Quem sabe numa corrida maluca que a gente vê de vez em quando, a gente não pontue? Mas o que queremos mesmo es ficar na frente das outras duas novatas e encher o bolso com a premiação oferecida pra melhor novata. Então, o que vier além disso, é lucro."

Newsweek

A Equipe Renault Elf apresentou, na noite de ontem, seu mais novo carro, o Renault RE40. A festa, discreta e de dimensões médias (ao estilo de Sean Byron), tinha como convidados funcionários tanto da Renault quanto de suas parceiras, Newsweek, Elf e Michelin. Antes da apresentação Sean Byron fez uma breve mas impactante introdução: "Estar à frente de uma equipe tão incrível como essa é a realização de um sonho pessoal, e como manager da Renault na Fórmula 1, estar apresentando esse carro é materialização de todo um árduo trabalho. Temos um dos melhores estafes do automobilismo atual e somos movidos por um espírito, por uma motivação única, aliada a um foco que certamente deve nos levar a nossos objetivos". Nisso, saem de suas mesas Bernard Dudot [chefe da divisão de motores], François Castaing [projetista] e a dupla de pilotos, Didier Pironi e René Arnoux, que logo tiram a cobertura de tecido do chassis e revelam o design, feito por Mauro Forghieri. "Espero que seja o primeiro de muitos sob a minha gestão!" -- finaliza Byron.

Sean Byron assumiu a Renault após um turbulento período enfrentado por Mattison Salles. Depois de encerrar as atividades de sua própria equipe (a Byron Motorsports, que supostamente deve migrar ao World Sportscar Championship ainda neste ano, sob a gestão de um novo administrador, já que o contrato de Byron com a Renault limita a atividade do inglês a ser acionista na sua própria preparadora de carros de competição. Especula-se para a chefia o nome de Matheus Berçot, antigo chefe da Gallop e que após período na Nürburg, está atualmente fora da F1), a expectativa é alta e o time francês tem um novo fôlego quanto a atingir seus objetivos. A princípio, a atmosfera lá parece muito promissora, mas só o tempo dirá se a contratação vingará.

[btw, fiz o gancho mais para mandar um final digno à história da Byron e também para puxar o período em que mandei os formulários da Nürburg em 78 porque o Juliano foi viajar, se ele se incomodar que utilizei o nome do time dele nisso, só mandar que eu removo imediatamente]

- Lauda festejou a vitória e aprovou o tática de reabastecimento durante a prova, afirmando que gostaria de usá-la com freqüência nesta temporada. O piloto elogiou a equipe e os engenheiros pelo excelente carro que desenvolveram para esta temporada;
- Jones não entendeu porque a equipe Savoia não testou a tática de reabastecimento nesta corrida e comentou que se tivessem adotado esta estratégia poderiam ter vencido. O equipamento de reabastecimento da Savoia ficou parado na garagem da equipe durante todo o fim de semana;
- Prost comentou ter feito o possível durante a prova e que se tivesse a mesma estratégia de seu companheiro teria brigado pela vitória. O francês espera ter estratégia igual à de Lauda nas próximas etapas. Sobre o toque com Piquet, Prost afirmou que nada pôde fazer para evitar, visto que o brasileiro cortou sua frente de repente;
- Scheckter mostrou-se espantado com o desempenho da Ferrari, mas afirmou que a Biscazzi tem condições de melhorar nas próximas etapas e se aproximar dos compatriotas em performance. O sulafricano foi outro que aprovou a tática de reabastecimento;
- Hunt lamentou o mal desempenho na prova, mas creditou a oitava posição à estratégia extremamente conservadora da Tyrant, que optou por fazer troca de pneus e ainda reduzir o giro do motor. Com o ajuste, a potência do motor Hart igualou-se a alguns dos motores aspirados e tirou um dos trunfos da equipe. Hunt comentou ainda que se a equipe pretende sempre fazer trocas de pneus, deveria investir na bomba de reabastecimento rápido, aproveitando o pitstop para correr com tanque mais vazio;
- Baldi chorou de alegria ao completar a prova no top-10. Após as enormes dificuldades da Rocca em 81, o décimo lugar logo na primeira corrida de 82 foi bastante animador e trouxe novas esperanças ao time;
- Piquet lamentou o toque na largada que lhe tirou da prova, criticando bastante a atitude de Prost, que segundo o brasileiro não teve o mínimo cuidado para evitar o contato. O piloto da Savoia considerou a disputa limpa e ainda alfinetou o francês, dizendo que o ferrarista "deveria usar óculos".

Newsweek
Autor: Sean Byron

Bem, esta é minha primeira coluna na Newsweek. Como muito de minha história já foi publicada por aqui, acredito que apresentações mais detalhadas não sejam necessárias, mas por precaução, sou dono da Byron Engineering, ex-líder da Byron Motorsports e agora chefe da Equipe Renault Elf na Fórmula 1. Como sabido, assumi meu cargo há poucos meses, mesmo assim tive tempo para reorganizar o cronograma de desenvolvimento e estudar a estrutura de forma ao extrair o máximo possível dela, mas você leitor deve estar se perguntando: "como funciona esse confuso processo?".

Primeiramente, é importante explicar que quando passamos de uma equipe particular para uma grande potência como a Renault, a perspectiva e a visão do manager mudam completamente, é como subir a pontos cada vez mais altos de uma montanha, podemos citar como principal ideia os motores, já que até ano passado todo o trabalho era recebê-los e utilizá-los nos carros, agora tive que estudar com mais detalhes o regulamento e gastar horas e mais horas em reunião com o Bernard (Dudot, chefe da divisão de motores da Renault), falando sobre assuntos como planejamento, expectativas e projetos, coisas cujos detalhes são informações confidenciais e não podem vir a público, mas certamente minhas palavras já permitem uma certa noção.

Conhecer as pessoas também é indispensável, e a Renault tomou o cuidado para que isso ocorresse da melhor forma possível, de cara organizando uma confraternização com Didier (Pironi, piloto da Renault), Bernard, François (Castaing, projetista da Renault) e eu. Após isso foi o momento de conhecer a fábrica, mas espere... isso também não devo contar!

Após definir todo o cronograma, foi a hora de procurar alguém para substituir Jacques Laffite, que se aposentou em 1981, o primeiro e único nome que me veio à mente foi o de René Arnoux: jovem, rápido e experiente, as negociações foram extremamente tranquilas e o carro #15 rapidamente ocupado. O resto da pré-temporada foi constituído em fechar contratos com fornecedores e patrocinadores, além dos últimos detalhes do Renault RE40 (chassis do time para a temporada de 1982). Mas é em Kyalami, na África do Sul, que a verdadeira ação começa.

Quando desembarquei na África, aquela sensação única de estar realizando um grande sonho, aquela estúpida epifania única na vida de um ser humano, tão preciosa para alguém envolvido com automobilismo como se fosse o último suspiro, "caramba! Eu sou o chefe da Renault!", foi naquele instante que eu tive noção da responsabilidade que estava sobre meus ombros, e ali que meu nervosismo começou.

Chave de fenda para cá, pergunta do engenheiro para lá, era um clima único, a tensão frente ao novo ano junta à ansiedade pelo que uma nova era reserva. Após trabalhar arduamente conseguímos um bom ajuste de carro e foi a hora da qualificação, Didier foi um dos primeiros a sair e já chegou com um tempo inimaginável até ali, René seguiu o mesmo caminho e acabamos por terminar perto das equipes de ponta, todos ficaram contentes, mas o grande trabalho era a corrida: por mais que se tenha visto um domínio dos turbos até então, nunca se pode subestimar grandes equipes como Fittipaldi, Williams e Biscazzi. De todos os meus sessenta e quatro anos de vida, essa foi a noite mais densa, enfrentei o sentimento de incerteza como um adolescente, mas também lutei para manter minha disciplina na maior das maturidades, dia seguinte.

Desembarco no autódromo, pouco mexemos nos ajustes visto que eles já estavam ótimos, decidimos testar as novas bombas de reabastecimento no carro do René, algo que teria funcionado muito bem não fosse a posterior quebra, enquanto para Didier planejamos algo mais conservador.

Hora da corrida, se minha mente estava fritando, virou um grande bloco de gelo ao momento da bandeirada, de um grande romântico e apaixonado aderi à maior das friezas, ficou nítido que nossa maior rival ali era a Biscazzi, cujos carros competentemente vinham apresentando um rendimento muito superior ao do treino, nossos pilotos foram fazendo uma corrida inteligente e impressionante. Williams e Fittipaldi também foram crescendo, aliadas à leveza dos aspirados.

René vinha como um jato, foi uma pena a quebra de motor que o tirou da corrida, caso contrário certamente teria sido um fator em relação as melhores posições. De Kyalami, já podemos tirar uma conclusão certa: o reabastecimento rápido é a tendência para o futuro, e assim que as equipes menores conseguirem o adotar, a categoria tende a se redesenhar para essas estratégias da melhor forma possível. Já os acasos das corridas de automobilismo aliados com a inteligência e talento de Didier acabaram por proporcionar uma apresentação memorável ao final das contas, uma sólida quinta colocação ao final de tudo. Definitivamente, meu nervosismo não existia mais, restava apenas a alegria por ter feito tudo certo. E agora vamos para o Rio de Janeiro!

Para finalizar, eu gostaria de agradecer à Renault e também à Newsweek por estar me concedendo essa oportunidade, espero com isso revelar um pouco do que é a magia que envolve o ambiente da Fórmula 1, em que competência, paixão e excelência são valores aliados. Em uma semana, deverei estar de volta!

- Jones comemorou o desempenho da Savoia em Jacarepaguá e elogiou os motores BMW. O australiano, após a vitória, mostrou-se animado na disputa pelo título desta temporada, embora tenha evitado falar em favoritismo e salientar que a temporada é longa e existem ainda muitos desafios a serem superados;
- Scheckter elogiou muito a equipe Biscazzi e o carro deste ano, mostrando-se confiante em uma grande temporada e na volta da equipe ao caminho das vitórias. O sulafricano comentou que faltou pouco para a vitória e que tudo foi resolvido no detalhe, já que Jones não era muito mais rápido que ele;
- Pironi festejou o pódium, embora não tenha ficado totalmente satisfeito com a terceira posição depois de largar na pole. Porém fez questão de salientar que a equipe está no caminho certo e que Sean Byron está fazendo um bom trabalho no comando do time;
- De Cesaris vibrou com seus primeiros pontos na F1 e dedicou a conquista a todos os que lhe critiram na temporada passada, mostrando que pode sim fazer corridas consistentes e ter sucesso na F1;
- Patrese comemorou seu primeiro ponto pela Project Four e comentou que o carro tem muito potencial, embora tenha um ponto fraco que é o motor;
- Roberto Moreno não escondeu a emoção após chegar em oitavo com a pequena Highwind. O brasileiro declarou que a corrida não poderia ter sido melhor e agradeceu à equipe pelo bom acerto do carro;
- Giacomelli também festejou seu lugar no top-10, o primeiro da equipe Galaxy. O italiano está muito satisfeito com o ambiente e a estrutura da equipe britânica;
- Johansson pediu desculpas a Arnoux pela batida na largada, mas não se considera totalmente culpado. O discurso do francês foi parecido;
- Rosberg lamentou o incidente na largada que comprometeu completamente sua corrida e pediu desculpas a Prost;
- Hunt mais uma vez declarou estar insatisfeito com o desempenho do carro na corrida, comentando que houve uma mudança de acerto que na sua opinião não foi a mais correta;
- Boesel saiu aos prantos de seu carro após perder o controle, escapar da pista e bater quando vinha na oitava posição. O brasileiro não deu entrevistas e procurou se recompor após a decepção logo na estréia. A equipe Vector fez questão de elogiar o piloto, que fazia excelente prova.

- Alboreto, em êxtase após a primeira vitória de sua carreira, agradeceu à equipe Biscazzi pelo excelente carro que construiu para esta temporada e também pela escolha da estratégia de corrida mais adequada para a situação;
- Piquet não ficou satisfeito com o resultado da corrida, mas elogiou o carro da Savoia e comentou que ainda está confiante na briga pelo título;
- Fittipaldi comentou que apesar do início de ano difícil, a equipe tem melhorado bastante graças ao enorme esforço de todos. O brasileiro no entanto não espera por algum milagre em termos de desempenho, mas acredita que a equipe pode conquistar mais pódiums nas pistas de baixa, onde os motores turbo dos adversários não representam grande vantagem;
- Hunt elogiou a estratégia adotada pela Tyrant, que segundo o piloto foi importante para a conquista do primeiro ponto no ano. O britânico no entanto espera brigar pela vitória nas próximas provas;
- Arnoux e Pironi reclamaram bastante do motor Renault, que consome muito combustível e os obriga a largarem muito pesados, mesmo com meio tanque como foi o caso de Arnoux. Ambos os pilotos declararam que continuarão dando o máximo, porém nas pistas de baixa a equipe francesa terá poucas chances;
- Os pilotos da Bleutter protestaram contra a falta de performance do carro, muito defasado e já em sua terceira temporada. Jarier e Cheever pediram que a equipe invista em um novo chassi urgentemente, caso contrário a Bleutter irá amargaram sempre as últimas posições, isso quando conseguir se classificar para as corridas. A Talbot, patrocinadora do time, está completamente insatisfeita com os resultados e também exigiu reação imediata;
- Em comunicado à imprensa, a equipe Ferrari falou sobre o estado de saúde do piloto Alain Prost, que passa bem após uma cirurgia na perna esquerda e está em recuperação. A scuderia ainda fez questão de desmentir os boatos sobre uma possível vinda de Teo Fabi, atual campeão da F2, para substituir Prost, afirmando que tem contrato com Piercarlo Ghinzani e plena confiança em seu piloto reserva.

Também em êxtase, Giovane Biscazzi parabenizou Michele Alboreto pela conquista de sua primeira vitória na Formula 1. O manager da equipe de Verona disse que continuará estudando ao máximo todas as pistas da temporada para encontrar a melhor estratégia para cada corrida, já que até as últimas etapas do ano esta é a única forma da Biscazzi brigar por vitórias. Sobre o desempenho de Scheckter, Giovane classificou-o como excelente e fez questão de agradecê-lo formalmente pelo entusiasmo demonstrado durante toda a prova, mesmo a bordo de um carro pouquíssimo competitivo.

Sean Byron parabeniza a René Arnoux e Didier Pironi pelos seus esforços nessa corrida e agradece o feedback em relação ao carro, também reitera que um novo motor mais econômico será desenvolvido para 1983.

A Tyrant parabeniza seus pilotos pela excelente corrida de recuperação, necessária pois o carro não tem o mesmo desempenho em pistas de baixa. Mesmo assim eles venceram as barreiras, e James Hunt conquistou o primeiro de muitos pontos da equipe nesta temporada.

Lee James parabenizou Fittipaldi pelo 3º lugar e lamentou a quebra de De Cesaris, afirmando que o italiano também estaria nos pontos caso tivesse chegado ao final da prova. James disse que, apesar de não ter condições ideais para brigar nas pistas de alta, fará o melhor possível para que a equipe brasileira possa competir com os motores turbo

Em rápida entrevista após os treinos de San Marino, Rodrigo Rocca, ex-piloto, proprietário e chefe de equipe da Scuderia Rocca mostrou-se radiante com o início da temporada de 1982. No treino de qualificação de hoje, a equipe conquistou o 19º lugar no grid com o piloto Mauro Baldi.

"Na temporada passada fomos motivo de chacota. Eu só podia pedir paciência, nós éramos inexperientes e eu não queria dar um passo maior do que nossa capacidade permitia naquele momento. Foi tudo muito difícil, largamos em menos da metade das corridas. Mas mostramos que estamos aprendendo com os erros cometidos. Conseguimos fazer parte com frequência do top-20 do grid e conquistamos nosso primeiro top-10, tudo dentro de nossas melhores expectativas para a temporada. Baldi tem se mostrado brilhante, ao guiar extremamente rápido e ter se mantido longe de todas as confusões até agora; é um piloto de futuro brilhante no automobilismo!"

Encerrando a entrevista, Rodrigo Rocca ainda comentou: "somar um ponto seria um título para nós, mas sabemos que isso é irreal para 1982, dada a diferença de chassis e motor para as equipes maiores. Há um grupo de nove equipes consolidadas e já tem sido muito bom conseguirmos andar a frente de equipes tradicionais. Mas conquistar outros top-10 nessa temporada não é irreal; assim como conquistamos em Kyalami, estivemos próximos com o 12º de Long Beach e quando quebramos em Interlagos. Mas em alguma corrida com muitas quebras e com a constância e inteligência de Baldi, sempre pode-se sonhar..."

Procurado por alguns jornalistas no padock para falar sobre a temporada, Bill Gale resolveu antender aos pedidos:

"Estou contente com nosso início de temporada, e devo isso ao Bruno. Os desempenhos na pista, faz parecer que não somos novatos na categoria, quando na verdade somos apenas um bebê aprendendo a caminhar. Conseguimos um Top-10 na nossa segunda corrida e quase conseguimos outro na terceira, isso é ótimo. Mas as coisas só acalmarão no nosso escritório quando pagarmos nossa dívida junto ao banco, que deve acontecer em 4 meses. O que parecia impossível, nós estamos driblando e saindo aos poucos da lama, e o Bruno sabe que chegar eventualmente ao top-10 e terminar as corridas são essenciais para nós."

Quando perguntado sobre a corrida de Ímola, Gale diz:
"Conto com a chuva para chegar no top-10 novamente."

- Piquet admitiu ter contado com a sorte para conseguir a vitória, inclusive parabenizando Scheckter pela grande corrida, mas frisou o empenho da Savoia na preparação do carro e mostrou-se satisfeito em encostar no líder do campeonato, seu companheiro Jones;
- Jones rasgou elogios ao carro da Savoia, o qual adaptou-se perfeitamente ao seu estilo de pilotagem, e também admitiu ter contato com a sorte para conseguir o segundo lugar que lhe manteve na liderança isolada do campeonato. O australiano ainda comentou que o fraco desempenho no início da prova deveu-se ao fato de estar mais pesado que os adversários que o ultrapassaram e que tudo não fugiu da normalidade;
- Fittipaldi, contente com mais um pódium, reiterou que a equipe tem superado bem a deficiência do motor em relação aos turbo dos concorrentes e que com muito trabalho é possível sim correr de igual para igual contra eles;
- De Cesaris festejou seu melhor resultado na F1, repetindo as palavras de seu companheiro e chefe a respeito do carro da Fittipaldi;
- Pironi lamentou o problema em duas velas que lhe fez perder potência e não conseguir mais acompanhar os líderes. Caso não tivesse ocorrido o problema, o francês comentou que certamente teria chegado no pódium;
- Johansson comemorou mais um ponto em sua carreira e creditou o feito em parte à sorte, mas especialmente ao esforço de todos na equipe;
- Boesel e Moreno foram as estrelas do dia para suas equipes, Vector e Highwind respectivamente, que completaram a corrida no top-10 e festejaram como se fossem vitórias. Ambos os pilotos agradecerem às suas equipes pelo esforço na preparação do carro e que a corrida não poderia ter sido melhor;
- Scheckter, depois de acalmar os ânimos, concedeu entrevista dizendo que seu ritmo durante toda a prova estava muito forte e que todos sabiam que havia risco de quebra. O sulafricano ficou muito chateado ao ter que abandonar a prova estando na liderança à dez voltas do fim, mas comentou que o desempenho apresentado em Imola mostra que a Biscazzi tem força para brigar por mais vitórias e até pelo campeonato, em disputa equilibrada com a Savoia;
- Ainda no sábado os pilotos da Bleutter voltaram à protestar contra a falta de performance do carro, exigindo melhorias urgentemente. Jarier chegou a comentar que já pensa na aposentadoria, caso não encontre outra equipe para correr. Cheever foi mais conservador no discurso, já que tem contrato com o time francês até o ano que vem, mas pediu mais uma vez alguma ação para melhorar o desempenho do carro.

[off] Eu tava sem ideias para a coluna e pulei Long Beach, já que ficaria algo bem mal feito, mas essa situação de Imola me trouxe umas ideias bem legais.

Sean Byron, em comunicado oficial na Newsweek, lamenta os problemas mecânicos, mas afirma a confiança em seus pilotos e na equipe, reiterando que admira suas bravuras perante a essa condição.

Em nota oficial, Lee James parabenizou o resultado de Fittipaldi e De Cesaris, compartilhando a opinião dos pilotos sobre a capacidade da equipe em superar concorrentes que se valham de motores turbo.

James mostrou-se otimista com o desenvolvimento do novo chassi da equipe, o FD05, que será iniciado em breve, enaltecendo a parceria entre Ducarouge e Ogilvie para este processo

Rodrigo Rocca deu uma rápida declaração após o final do treino de qualificação de hoje a tarde: "17º, bravissimo! Num circuito tão técnico, o que o Baldi fez foi fabuloso! Largaremos a frente de todas as equipes menores pela terceira vez consecutiva graças a sua brilhante volta!".

Sobre a corrida, Rocca ainda comentou: "Os pneus Pirelli tem alguma desvantagem em condições de pista molhada, então sabíamos que seria um final de semana difícil, sempre chove na Bélgica! Mas manteremos a mesma tática das corridas anteriores. Baldi tem sido brilhante em escapar das confusões e andar num ritmo rápido e constante o tempo inteiro, temos chance de obter um bom resultado."

- Piquet fez questão de agradecer à equipe pelo carro que preparou e comentou também sobre a estratégia escolhida, que segundo o piloto era a melhor, dadas as condições. O brasileiro mostrou-se confiante na briga pelo título, agora que ocupa a liderança do campeonato;
- Scheckter comentou que fez o que pode, mas o carro mais pesado que os Savoia no início não lhe permitiu conquistar a vitória. No entanto, o sulafricano fez questão de agradecer à equipe pelo excelente carro e que a Biscazzi continua no páreo pelo título;
- Lauda respira aliviado após voltar a marcar pontos, embora não tenha sido a corrida que desejava após largar na pole. Porém, o austríaco preferiu falar de futuro e comentou sobre o novo motor da Ferrari, que deve estrear na próxima corrida, em Mônaco, bem mais durável e econômico que seu antecessor;
- Hunt comentou sobre a correção dos acertos da equipe Tyrant, que lhe permitiu chegar nos pontos, elogiando o trabalho da equipe e lamentando a falta da chuva que a equipe esperava;
- Baldi agradeceu os elogios da equipe após obter o oitavo lugar e devolveu os elogios comentando sobre o bom carro desenvolvimento para este ano, declarando ser possível voltar ao top-10 mais algumas vezes na temporada;
- Giacomelli e Moreno também fizerem comentários parecidos em relação à suas equipes, Galaxy e Highwind respectivamente;
- Os pilotos da Bleutter voltaram a criticar o desempenho do carro e a Talbot declarou publicamente estar indignada com a falta de ação da diretoria da Bleutter com relaçao à performance;
- Pironi e Arnoux pediram desculpas à equipe Renault pelos seus erros e prometeram maior concentração nas próximas corridas, embora tenham comentado sobre a falta de aderência da pista para uso de slicks no início da prova;
- Johansson esbravejou para cima de Patrese pela manobra que lhe tirou da prova, dizendo que o italiano espalhou de propósito na curva, jogando-lhe para fora da pista. Já Patrese comentou que contornou a curva normalmente e que a pista levemente molhada contribuiu para que o carro escorregasse um pouco, eximindo-se de culpa pelo toque;
- Patrick Head e Frank Williams ficaram bastante preocupados com a falha bisonha de estratégia da equipe Williams, comandada por Gustavo Lovatto. Ambos comentaram que isto já aconteceu no passado e que este novo episódio é inexplicável. O cargo de Lovatto na equipe passou a ficar ameaçado e um novo erro deste tipo pode tirá-lo do comando do time.

Após algumas restrições em 1981, efeito solo está banido por completo para a próxima temporada
The Daily Telegraph

Como várias equipes já iniciaram os trabalhos de desenvolvimento dos novos carros para a próxima temporada, a FIA anunciou esta tarde o novo regulamento técnico que passará a valer em 1983. Entre as principais novidades está o fim definitivo do efeito solo. Segundo os técnicos da entidade, este artifício permite os carros alcançarem velocidades muito altas em curva, o que é bastante perigoso. Após alguns acidentes graves nos últimos anos, incluindo as mortes de Jacky Ickx, na F1, e Mike Thackwell, na F2, a FIA vinha gradativamente inibindo esta tecnologia. Para 1981, já haviam sido proibidas as saias laterais até o chão, o que diminuiu bastante a eficácia do efeito solo. Agora, para 1983, o banimento será completo, com restrições de altura do carro em relação ao solo e assoalho plano.
Isso significa que no ano que vem teremos carros bastante diferentes dos atuais, já que os engenheiros terão que partir de uma nova concepção básica.

Obs.: em virtude desta alteração os carros utilizados nesta temporada sofrerão depreciação de 2 pontos em aerodinâmica, além de 1 ponto nos demais atributos.

Acordo com Imperial Tobacco pode colocar segunda equipe com motores Renault no grid; BMW também deve ter novo parceiro, após sucesso na Savoia
The Daily Telegraph

Mais duas equipes poderão ter motores turbo na próxima temporada. Uma delas deve ganhar a força dos motores Renault. A tabagista Imperial Tobacco, há algum tempo desejando voltar à F1, está próxima de um acordo com a Renault para fornecimento de motores à uma nova equipe. Este novo time seria patrocinado pela fabricante de cigarros e ainda contaria com os motores franceses, viabilizando o projeto da Imperial de apoiar uma equipe competitiva. No segundo semestre a equipe Renault F1 estará desenvolvendo seu novo motor turbo, o qual será repassado pela montadora francesa a este novo time. A equipe Renault F1 não receberá nenhum benefício, não caracterizando venda de motores entre equipes, o que é proibido pelo regulamento. Ainda não se sabe qual será a equipe parceira da Imperial, porém boatos giram em torno da Fittipaldi, única das equipes grandes e médias que está sem motor turbo e cujo contrato de patrocínio vence ao final deste ano. A Williams também corre ainda com motores aspirados, mas acabou de assinar novo contrato com a Saudia como patrocinador principal. Apesar disso, pode ser que as equipes que atualmente correm com motores turbo, como Savoia e Biscazzi, estejam interessadas nos motores Renault e a disputa pode ficar ainda mais acirrada.
Quanto à BMW, o fornecimento à uma segunda equipe pode estar ligado ao apoio a algum piloto ou equipe alemã. Após o sucesso neste início de temporada com a Savoia, os executivos da montadora de Munique estão bastante interessados em aumentar a participação na F1, aproveitando para promover pilotos e equipes de seu país. A montadora irá observar as equipes e pilotos nesta temporada e deve entrar em negociação no final do ano.

"Parecia que tinhamos vencido o GP, foi a maior alegria de nossa história", disse um esfuziante Rodrigo Rocca após o término da corrida. "Foi incrível! Largar em 17º e chegar em 8º, ver o Baldi ultrapassando o Rosberg na pista, andando quase a corrida toda entre os 8. Você viu, ele andou em sexto!!", disse Rocca que parecia não acreditar nos feitos conseguidos por Mauro Baldi nesta última tarde em Zolder.

Rocca não cansou de elogiar Baldi: "Não temos carro reserva. O Baldi tem guiado no limite e sem errar desde 81. Nessa temporada ele fez o máximo que poderia ser feito em todos os treinos e corridas e só não conseguimos outros dois top 10 porque quebramos. Curioso foi termos conseguido esse resultado num dia em que eu estava pessimista, mas Baldi contornou todos os problemas guiando como um campeão nas difíceis voltas com piso molhado. Foi genial!"

Rocca ainda disse: "Esse resultado é extremamente motivador. Tivemos muitas dificuldades no ano passado, mas demos um salto bastante razoável nessa temporada. Temos que ser realistas e saber que, em condições absolutamente normais, nossa briga é pelo 19º no grid e, mesmo em corrida, só podemos conquistar algo além disso se os da frente errarem ou tiverem problemas. Mas ano passado nós mal conseguíamos estar entre os 26! É um salto e tanto."

Finalizando a entrevista, Rocca falou sobre as expectativas no decorrer de 82 e de 83: "Mostramos que podemos pontuar caso consigamos nos aproveitar de mais alguma situação parecida, mas chegar entre os 10 mais algumas vezes garante inclusive nossa existência, pois financeiramente é bastante significativo. Não temos mais como melhorar o carro e o motor, mas temos ainda alguns planos de otimização dos ajustes para alguns circuitos de alta, estamos estudando. Sobre 83, nosso carro já está sendo projetado e estamos avaliando criteriosamente todas as possibilidades, inclusive de um motor turbo, se houver possibilidade no mercado".