1992 - Sala de Imprensa

Tópico destinado às notícias e anúncios oficiais da temporada de 1992.

Lee James revela batalha contra câncer e anuncia: "não tenho mais do que 6 meses de vida"

Lee James, manager da Fittipaldi, apareceu visivelmente mais abatido no final de semana em Mônaco. Após os treinos para o GP do Canadá, o chefe da equipe brasileira revelou os motivos de sua aparência convalescente.

"Tenho câncer. É irreversível e não tenho mais do que 6 meses de vida. Meu desejo é chegar ao final da temporada, mas não sabemos o que a vida nos reserva. Enquanto estiver em condições, estarei com a equipe", declarou o britânico.

Daniele Guérin poderá ter recebido propostas da IndyCar e Endurance para a temporada de 1993?

A temporada de 1992 da Fórmula 1 poderá ser a 3ª e a última da suíça de 27 anos no topo do automobilismo mundial. Segundo a BBC Sport, Guérin poderia ter recebido ofertas de ser a engenheira-chefe da Penske Racing, Chip Ganassi e Newman-Haas na IndyCar, além de possíveis trabalhos no Endurance (principalmente nas 24h de Le Mans), sendo a Peugeot como principal interessada.

Após a passagem desastrosa de Guérin na Project Four entre 1990-91, onde acabou demitida por desentendimentos com a equipe em geral, ela voltou para a equipe onde estreou, a AGS, onde está até o momento. Perguntada sobre estes tais rumores, Guérin nega ter recebido as tais ofertas, mas não descarta sair da F1 ao final da temporada.

''De fato, não recebi nenhum convite para integrar alguma equipe na IndyCar ou no Endurance, mas não descarto uma possível saída para poder descansar um pouco desta rotina louca e estudar e aprender mais um pouco sobre carros, penso que depois da minha demissão justa da Project Four, fiquei momentaneamente com o psicológico abalado e sendo diagnosticada com depressão, mas nada me impediu de eu voltar para a AGS, que mesmo com os resultados inconsistentes, ainda sinto feliz de integrar a equipe."

Também perguntada se caso assumiria um lugar de alguma equipe na F1, Guérin disse: "Irei pensar bem, mas eu quero focar na AGS, e que o resto venha depois."

Os recentes acidentes que lesionaram Alboreto, Nanini e Boutsen parecem ter assustado o Manager da Coloni André Tavarezzi. Após o treino classificatório, em reunião entre os managers da categoria, André teria proposto a obrigatoriedade da utilização de um ritmo conservador para todos os pilotos nas etapas finais de 92. Entretanto a proposta parece nao ter agradado a maioria dos chefes.

Um manager que preferiu não se identificar afirmou: - Tavarezzi é um brincalhão, 4 pilotos brigando pelo titulo, como pode querer que pilotem de maneira conservadora? Se está tão preocupado com a segurança deveria parar de errar o setup de seus pilotos.

As ações de Tavarezzi não pararam por aí, seus pilotos irão para a pista de macacão azul claro, cor mundial da segurança no trabalho. Porém a novidade parece nao ter agradado aos seus patrocinadores. André ponderou: "Torcer por uma equipe vai além de torcer por vitórias, é acima de tudo se identificar com seus valores. Os patrocinadores que não tiverem alinhados com Os nossos valores podem se retirar."

O analista Antony Davidson comentou: "Por mais que suas intencoes sejam nobres, Tavarezzi precisa entender que GPM eh um negócio, arrumar encrenca com patrocinador pode prejudicar o futuro da equipe.".

Rodrigo Rocca manifestou hoje a tarde sua preocupação com os carros cada vez mais rápidos: "Vejam que quem se machucou tem muita experiência e reconhecido talento, como Boutsen, Nannini e Alboreto. Os carros mostraram-se muito seguros para evitar lesões maiiree, mas não creio que esteja tudo sob controle. Em 3 anos e meio de retorno dos motores aspirados os carros já estão baixando cerca de 3 segundos por volta e não tenho certeza de que os dispositivos de segurança dos carros e dos circuitos estejam evoluindo da mesma forma."

Mais tarde, após as notícias de que Boutsen não corria mais risco de morte, Rocca mostrou um pouco mais de tranquilidade com a situação, mas pediu que a FIA mantenha os esforços visando a segurança do desporto automotor: "A troca dos motores de 3500cc para 3000cc em 95 será importante para conter a escalada de velocidade, mas é algo que está na essência do desporto e que todos os que estão aqui vão buscar: mais velocidade sempre. Por isso a FIA não pode relegar a segurança a segundo plano, especialmente nos treinos de qualificação, onde os carros treinam leves e em busca dos melhores tempos possíveis."

Próxima temporada terá poucas novidades

A Federação Internacional de Automobilismo divulgou nesta tarde o calendário para a temporada 1993 da F1. A única novidade será o GP da Europa, a ser disputado no circuito de Donington Park, na Inglaterra, em substituição ao cancelado GP do México. O campeonato segue iniciando na África do Sul, em março, e encerrando na Austrália, em novembro.

1ª Etapa - GP da África do Sul, Kyalami, metade do mês 3
2ª Etapa - GP do Brasil, Interlagos, final do mês 3
3ª Etapa - GP da Europa, Donington Park, metade do mês 4
4ª Etapa - GP de San Marino, Imola, final do mês 4
5ª Etapa - GP da Espanha, Barcelona, metade do mês 5
6ª Etapa - GP de Mônaco, Monte Carlo, final do mês 5
7ª Etapa - GP do Canadá, Montreal, metade do mês 6
8ª Etapa - GP da França, Magny-Cours, início do mês 7
9ª Etapa - GP da Grã-Bretanha, Silverstone, metade do mês 7
10ª Etapa - GP da Alemanha, Hockenheim, final do mês 7
11ª Etapa - GP da Hungria, Hungaroring, metade do mês 8
12ª Etapa - GP da Bélgica, Spa-Francorchamps, final do mês 8
13ª Etapa - GP da Itália, Monza, metade do mês 9
14ª Etapa - GP de Portugal, Estoril, final do mês 9
15ª Etapa - GP do Japão, Suzuka, final do mês 10
16ª Etapa - GP da Austrália, Adelaide, início do mês 11

Com as crescentes preocupações com segurança, medidas visam reduzir velocidade dos carros

A FIA anunciou esta tarde, logo após a divulgação do calendário de corrida, um pacote de mudanças no regulamento técnico da F1 para a temporada 1993. A crescente onda de acidentes fortes levou a entidade máxima do automobilismo a propor alterações que visem diminuir a velocidade dos carros. As alterações são:
- Redução da largura dos pneus de 18 para 15 polegadas;
- Redução da largura geral dos carros de 2,15 m para 2,00 m;
- Redução da altura da asa traseira em 50 milímetros.
Como conseqüência está previsto, além da redução das velocidades alçadas pelos carros, uma redução na durabilidade dos pneus, o que deve gerar maior quantidade de pitstops nas corridas.
Além das alterações anunciadas para a próxima temporada, já estão em discussão outras medidas visando as duas temporadas seguintes. Para 1994, um dos pontos que está em discussão é a volta do reabastecimento, proibido desde 1984, visando adicionar um fator estratégico a mais nas corridas. A proibição de sistemas eletrônicos também está sendo amplamente debatida, dados os crescentes gastos das equipes. Já para 1995, a grande novidade será a mudança no regulamento de motores. O proposta foi elaborada em conjunto com as montadores de automóveis, reduzindo a capacidade cúbica dos motores de 3,5 para 3,0 litros, o que contribuirá também para a redução das velocidades dos carros.

Fernando Oliveira se mostra muito satisfeito com o campeonato de pilotos, vencido pelo veterano Alain Prost e diz que seu dever na volta a categoria está cumprido.

"É um sentimento único! apesar de não termos ganhado o título de construtores, ver o Alain campeão com o macacão da Potere é realmente algo emocionante. Não havia pessoa melhor para esse momento, tinha que ser ele!" Comemora Oliveira, lembrando mais uma vez que ele começou sob seu comando, ainda nos tempos de Ferrari.

"Só temos a agradecer. Sempre acreditei no potencial do Alain. Estreou na categoria com a gente e eu me sentia endividado com ele, de não ter feito dele campeão com nossa equipe até então, mas o momento chegou! Conseguimos montar um carro extremamente competitivo e contamos com sua habilidade inigualável para guiar o nosso carro e poder ser campeão mundial novamente. Meu dever está cumprido!
Em alguns momentos, parecia que esse título ia escapar entre nossos dedos, mas felizmente deu tudo certo e após 15 anos, temos a honra de ver um piloto campeão com o macacão da Potere."

Quando questionado sobre a renovação de Patrese, Oliveira mantém a cautela e não confirma o italiano para a próxima temporada.

"Precisamos sentar e conversar. O Riccardo foi uma pessoa extremamente importante no reestruturação da equipe, mas precisamos avaliar com mais calma. Por enquanto, ainda estamos em festa pelo título do Prost. Nas próximas semanas, sentaremos e definiremos o planejamento para a próxima temporada e tomaremos a melhor decisão para a Potere."