1987 - Sala de Imprensa

- Prost mais uma vez travou uma briga de nervos para vencer a 300ª corrida do Campeonato Mundial de Formula 1. Em uma corrida totalmente dominada pela Savoia, o francês pressionou o companheiro Piquet na primeira metade da prova e aproveitou-se de um melhor trabalho de box em sua parada para sair na frente. Apesar disso, Prost reclamou que estava mais rápido desde o início e que Piquet poderia ter abrido caminho conforme foi solicitado pela equipe;
- Piquet retrucou dizendo que Prost não estava mais rápido e que se estivesse teria realmente ameaçado sua posição, o que não aconteceu. De qualquer forma, o brasileiro deixou claro que discorda deste tipo de instrução e que irá conversar com Montone sobre tal. Além disso, o bicampeão lamentou uma corrida ser decidida nas paradas de box, dizendo que "não gostaria de assistir uma corrida tão chata";
- Senna saiu satisfeito com o terceiro lugar. Segundo o brasileiro, era impossível acompanhar o ritmo dos Savoia. Senna comentou que Piquet lhe disse no pódium que os dois Savoia fizeram os dois stints com pneus macios, o que explica o ritmo imbatível na segunda metade da prova;
- De Cesaris festejou muito o sexto lugar. O italiano fez uma corrida excepcional, partindo em décimo sétimo, fazendo várias ultrapassagens e defendendo muito bem sua posição no final. O piloto da Vector elogiou a estratégia de corrida, que lhe possibilitou atacar e defender sua posição sem se preocupar com os pneus, embora tenha que ter usado pneus duros durante toda a corrida;
- Berger lamentou o problema que lhe obrigou a largar dos boxes, minando suas chances de marcar os primeiros pontos do retorno da Potere. Ainda assim, foi por pouco, já que o austríaco chegou colado em De Cesaris na última volta;
- Warwick saiu com uma sensação ruim de Jacarepaguá. O britânico sustentou a sétima posição durante grande parte da prova e herdaria o sexto lugar após o abandono de Mansell, mas acabou sendo ultrapassado por De Cesaris. No final, ainda tentou recuperar, mas não conseguiu passar o carro da Vector e para piorar foi ultrapassado por Berger.

- Boutsen parecia não acreditar que conquistou a vitória. O belga largou mal e perdeu posições no início da prova, mas foi recuperando terreno. Os três primeiros quebraram e lhe entregaram a liderança de bandeja. Boutsen apenas ficou chateado por Fabi, seu companheiro, que estava na liderança quando quebrou. O belga comentou que o italiano merecia a vitória, mas infelizmente o automobilismo também é feito de sorte e azar. Melhor para ele, que agora é o líder do campeonato após duas corridas;
- Arnoux estava em êxtase após voltar a subir ao pódium com a Rocca. Foram várias chances perdidas na temporada passada devido quebras e acidentes, mas desta vez a sorte sorriu a seu favor e o francês chegou em segundo. A Rocca mostrou que pode seguir brigando com as grandes, superando os Potere e Williams na pista;
- Patrese voltou a sorrir. Após duas temporadas sob a sombra de Arnoux na Rocca, o italiano voltou a dominar as ações de sua equipe, sendo o tempo todo mais rápido que Berger e levando a Potere ao seu primeiro pódium após a volta à F1, logo na segunda corrida. Contente na nova casa, Patrese espera conseguir mais bons resultados e manter a Potere na briga pelo terceiro lugar entre os construtores;
- De Cesaris mais uma vez levou a Vector à zona de pontuação. Em uma corrida impecável, com desempenho novamente superior ao de seu companheiro, o italiano volta a ser um nome destaque na F1, após anos apagado na pequena Galaxy;
- Warwick ficou no quase mais uma vez. O britânico chegou colado em De Cesaris, mas não conseguiu a ultrapassagem e a Nürburg segue sem pontos no Mundial. Warwick prometeu seguir batalhando pelos pontos, buscando a melhora em pequenos detalhes que não lhe permitiram pontuar até aqui;
- Depois de uma temporada na Williams recheada de críticas, Johansson segue decepcionando em seu retorno à Vector. Apesar do bom desempenho nas qualificações, o sueco foi novamente superado pelo companheiro De Cesaris e terminou na mesma posição que largou, oitavo, apesar das várias quebras dos carros à frente. Sem conseguir explicar o motivo da falta de ritmo de corrida, o sueco disse que trabalhará forte com a equipe para descobrir o que está dando errado e finalmente voltar aos pontos;
- Prost lamentou a quebra que lhe tirou da corrida na liderança e também a chance perdida de averiguar se a tática de economizar pneus usada no ano passado irá funcionar este ano. Como o companheiro Piquet também quebrou, a briga interna na Savoia segue igual para a próxima corrida;
- A imprensa e os fãs da F1 em geral ficaram bastante comovidos com a situação de Fabi. O italiano, que nunca tinha liderado uma corrida, vinha na ponta em ótima apresentação até seu motor Fittipaldi quebrar. Um duro golpe no sonho que vivia o piloto do carro 7. Apesar disso, Fabi tentou enxergar o lado positivo, dizendo que mostrou hoje que pode ser competitivo e andar entre os melhores pilotos da F1;
- Senna criticou bastante Mansell pela fechada que lhe tirou da pista e da corrida. O brasileiro comentou que a Biscazzi finalmente tinha encontrado um bom acerto e tinha tudo para conseguir um bom resultado hoje, mas a manobra, segundo ele, desleal de Mansell acabou arruinando tudo. A Biscazzi precisa de resultados para sobreviver. Correndo com um layout todo preto, com inscrições em dourado, mas sem patrocínios, o dinheiro de uma premiação da zona de pontuação fará falta para o time.

Rocca festeja terceiro pódio e terceira colocação nos construtores
Claudio Carsughi

Boutsen venceu, a Fittipaldi festejou, mas ninguém estava tão contente em Imola quanto Rodrigo Rocca, após René Arnoux cruzar em segundo e conquistar o terceiro pódio da Scuderia Rocca, o primeiro desde o GP da Austrália de 1985.

Rodrigo Rocca nos deu uma rápida entrevista após a corrida: "Não estávamos prontos em Jacarepaguá. Alguns upgrades só seriam usados aqui em Imola, moldamos o banco de Alboreto na véspera, Byrne e Oatley ainda estavam se integrando na equipe e cometi um erro crasso na comunicação das estratégias, prejudicando a corrida de ambos os pilotos. Mas a performance que obtivemos aqui em Imola foi bastante animadora, com Arnoux passando os dois Williams e os dois Poteres na pista. Temos um carro bem nascido, conseguimos trabalhar bem nele, reduzimos a defasagem de potência em relação as principais equipes e creio que podemos conquistar mais um ou dois pódios nos aproveitando de dias onde as coisas não deem tão certo para Fittipaldi, Biscazzi e Savoia."

Rocca também fez questão de frisar que "nos últimos 19 GPs, conquistamos uma vitória, três pódios, pontuamos em oito GPs, quebramos na zona de pontuação ou perdemos o top-6 nas últimas duas voltas em outros nove GPs, pontuamos onze vezes e fizemos 36 pontos nesse período. É um progresso e tanto, sem dúvida. Ainda temos dificuldades, especialmente nos treinos de qualificação, onde as equipes maiores tem engenheiros de motor e conseguem extrair mais performance, mas acima de tudo esse é um momento de imensa alegria e é hora de festejar!"

Lee James comemora bom desempenho em Imola e comenta: "aos que duvidaram de nosso projeto, está aí a prova de que ele foi realizado"

Após a vitória de Thierry Boutsen no Grande Prêmio de San Marino, Lee James parabenizou seus pilotos pelo desempenho ao longo do final de semana. O britânico disse que "estaria mais contente se não fosse a quebra sofrida por Teo Fabi" e elogiou a postura positiva do italiano diante do infortúnio sofrido, comentando: "talvez essa fosse a oportunidade que faltava para Teo mostrar seu verdadeiro talento. Enquanto muita gente esperava um passeio das Savoia, ele (Fabi) assumiu a ponta e não sentiu a pressão. Não há como trabalhar com hipóteses, mas acho que se Teo não vencesse, ao menos teria conquistado seu primeiro pódio. Aos que duvidaram de nosso projeto, está aí a prova de que ele foi realizado e sorte de Boutsen e Fabi que possuem um grande equipamento em mãos e nossa de contarmos com dois ótimos pilotos".

James também elogiou o desempenho de Boutsen, enaltecendo o talento do belga ao conseguir superar adversários logo no começo da prova e a concentração ao liderar com folga sem cometer erros. O manager da Fittipaldi disse que "a briga pelos mundiais certamente será muito pesada ainda mais por concorrermos diretamente com pilotos e equipes que já foram campeãs" e lembra de 1971, ano em que Denny Hulme foi campeão com apenas uma vitória, mas acumulou muitos pontos após chegar no pódio em quase todas as provas da temporada.

- Piquet venceu de ponta a ponta e, de mandeira incontestável, assume a liderança do campeonato. É claro que a quebra de Prost facilitou a vida do brasileiro, mas é inegável que Piquet parece ter realmente voltado aos dias de glória na Savoia, após dois anos instáveis na Williams. O piloto agradeceu à Savoia pelo excelente carro que prepararam, comemorou a primeira vitória em sua volta à equipe e disse estar 100% focado no tricampeonato;
- Senna comentou que será difícil acompanhar o ritmo das Savoia em pistas de alta e que a Fittipaldi também deve encomodar muito, como foi nesta corrida, com Fabi no encalço no brasileiro durante várias voltas. No fim, o segundo lugar era o melhor que poderia conseguir;
- Mansell levou um susto no final, quando o motor começou a falhar devido um problema em um componente elétrico, mas conseguiu levar o carro até a linha de chegada e subir ao pódium. É o primeiro do britânico na Williams, comemorando bastante o resultado. Mansell ainda comentou que a equipe está trabalhando em novas melhorias para o carro e espera estar andando ainda mais à frente nas próximas provas;
- Hoje foi a redenção de Johansson. Após um ano correndo pela Williams e sendo muito criticado, tendo terminado uma decepcionante temporada sem pontos, o sueco consegue repetir o melhor resultado da história da Vector, chegando em quarto em Spa. Era tudo o que o escandinavo precisa para voltar a colocar um sorriso no rosto e motivar-se. Johansson comentou do bom ambiente de trabalho na equipe, onde "se sente em casa";
- Warwick marcou os primeiros pontos da Nürburg, usando uma estratágia diferente dos demais, calçando pneus duros e não fazendo trocas. O britânico disse que foi um teste importante e que no fim deu tudo certo, mas não tem certeza se funcionará sempre;
- Nakajima chegou em sexto e conquistou seu primeiro ponto pela Biscazzi. O japonês, que corre com o modelo do ano passado devido as más condições financeiras da equipe, disse estar fazendo o possível com o equipamento que tem em mãos e espera que a situação melhore em breve para que tenha o mesmo carro de Senna. Só assim todos poderão ter idéia do seu real talento;
- Fabi lamentou mais uma quebra, quando vinha brigando pela segunda posição com Senna. É uma pena mais uma boa performance do italiano não se converter em pontos. O piloto estava visivelmente abatido na entrevista coletiva;
- Após a segunda quebra do motor seguida, Prost já não tem mais a mesma cara que apresentou ao vencer o GP do Brasil. O francês está apático e preocupado, vendo seu companheiro assumir a liderança do campeonato. "Espero que o campeonato não seja decidido por número de motores quebrados", disse o atual campeão;
- Boutsen, ex-líder do campeonato, lamentou a quebra já na volta de apresentação que não lhe permitiu fazer uma corrida diante de seus fãs. O belga no entanto segue confiante, dizendo que a Fittipaldi tem condições de brigar com a Savoia pelas vitórias em qualquer pista, haja visto o desempenho de Fabi na corrida.

- Senna venceu de forma absoluta em Mônaco. Com um ritmo alucinante do início ao fim, o brasileiro livrou-se de Piquet e Mansell no início e disparou para uma vitória tranqüila. O brasileiro chegou a colocar volta no terceiro colocado, um indicativo da grande performance da Biscazzi nas ruas do principado. Senna assume a liderança do campeonato e passa a adotar um discurso otimista, porém com cautela, alegando que ainda há 3/4 do campeonato pela frente;
- Prost lamentou a má largada que lhe fez perder tempo atrás de Fabi, porém comentou que seria impossível chegar em Senna hoje. O brasileiro extraiu tudo de seus pneus e, prevendo uma troca, forçou o ritmo o quanto deu. A estratégia acabou funcionando e Piquet e Prost, que optaram por poupar pneus e não pararam, ficaram bem para trás;
- Fabi comemorou o primeiro pódium de sua carreira. Após quebrar na liderança em Imola, nada mais justo que pelo menos um pódium para o italiano, que tanto sofreu com carros menos competitivos. Fabi também ficou espantado com o ritmo de Senna, mas já previa que não teria muito o que fazer com pneus duros, tentando apenas segurar quem vinha de trás;
- Piquet saiu bastante irritado do carro depois de ter que abandonar devido uma quebra a poucas voltas do fim, quando vinha em segundo. E alfinetou Prost: "pelo menos agora ninguém pode dizer que eu estava na frente só por causa de quebras";
- Mansell bateu logo no início quando defendia a liderança do ataque de Senna e lamentou a chance perdida de conquistar um pódium. O britânico pediu desculpas à equipe pelo erro. Os repórteres lhe perguntaram se não seria mais vantagem deixar Senna passar, já que estava muito mais rápido, e manter a segunda posição, mas o inglês foi categórico: "Sou um piloto de corrida, não um motorista. Corro para vencer".

- Senna comemora uma nova vitória e dispara na liderança do campeonato. O brasileiro creditou o triunfo ao carro, sempre muito estável nas pistas de rua, especialmente devido à tecnologia de suspensão ativa, onde a Biscazzi é uma das pioneiras, junto com a Fittipaldi. Senna segue confiante na luta pelo bicampeonato, enquanto a Biscazzi respira aliviada nas finanças, embora siga sem patrocinador;
- Piquet liderou as primeiras voltas, mas não foi capaz de conter o ímpeto de Senna, que conseguiu a ultrapassagem e administrou a primeira posição até o final. O brasileiro fez questão de acalmar os tifosi e diminuir a pressão, dizendo que as últimas duas corridas favoreciam a Biscazzi, mas que as próximas corridas, especialmente em Silverstone e Hockenheim, a vantagem estará novamente com a Savoia, que deve voltar a vencer e recuperar a liderança no campeonato de pilotos;
- Inferior à Piquet durante todo o fim de semana, Prost parecia incomodado por estar andando atrás do brasileiro. O francês reduziu o alarde sobre este fato, declarando que as corridas entre ele e Piquet são resolvidas no detalhe, com desempenhos parecidos o tempo todo;
- Warwick volta aos pontos, com uma ultrapassagem sobre De Angelis no final. O britânico elogiou a estratégia adotada pela Nürburg, colocando o britânico de pneus duros no início e lhe dando condições de imprimir um ritmo forte durante toda a prova, sem se preocupar com o desgaste. No final, colocou pneus macios e teve condições de chegar e passar De Angelis para ficar com a sexta posição;
- De Angelis lamentou a oportunidade perdida de marcar pontos com a Tyrant, sendo ultrapassado por um rápido Warwick no final. O italiano comentou que as duas últimas corridas, em circuitos lentos de rua, eram as melhores chances de a equipe conquistar algo nesta temporada. As possibilidades nos demais circuitos, especialmente os mais rápidos, são remotas, dependendo muito da sorte para pontuar. Mesmo assim, o piloto da Tyrant comentou que a equipe segue de cabeça erguida e espera estar no lugar certo e na hora certa para aproveitar qualquer nova oportunidade que aparecer.

Rocca faz balanço positivo do primeiro terço de 87

Rodrigo Rocca comemorou bastante o quinto lugar de Michelle Alboreto nas ruas de Detroit, o quarto top-6 da Scuderia Rocca nas cinco corridas realizadas até agora. Temia-se que a Rocca perde-se muita competitividade em relação a 1986, mas os resultados até o momento são altamente positivos: uma fantástica quarta colocação no mundial de construtores, 11 pontos conquistados e René Arnoux em quinto lugar no mundial de pilotos.

"Em 85 fizemos 19 pontos, mas apenas 1 nas 5 primeiras corridas. Em 86, nossa temporada de melhor performance, tínhamos 6 pontos depois de 5 corridas. Conseguimos melhorar a confiabilidade do motor e com isso temos chegado ao fim com mais frequência. Alboreto também tem se mostrado muito competitivo e já adaptado a equipe, o que facilitou nessa colocação fantástica no mundial de construtores. Temo que a estrutura das grandes equipes, especialmente o engenheiro de motor, não nos permita brigar em condição de igualdade com as equipes grandes nas pistas de alta, mas a posição atual deve ser comemorada e servir de estímulo para as próximas corridas.

No fim de semana de Detroit comentou-se que a Rocca optará por estender em mais uma temporada o contrato de fornecimento de motores com a Megatron. Rocca falou rapidamente: "Estamos muito satisfeitos com a parceria, assim como estivemos muito satisfeitos com a Renault nos anos anteriores. Não temos motivo algum para duvidar da capacidade da Megatron e pretendemos manter o mesmo motor para 1988. Assim como pretendemos manter todo nosso staff e pilotos."

Reinhold Klotz elogiou o desempenho de Warwick após o final de semana, comentando que o britânico é um piloto completo e que espera poder estender o contrato do piloto até o ano seguinte, desejando que Derek compartilhe do mesmo ideal. O alemão disse que a equipe e o piloto não estão mais acima na classificação por detalhes, relembrando das duas primeiras etapas em que Warwick batalhou até o final com De Cesaris pelo 6º lugar, mas não conseguiu ultrapassar o italiano, mas que acredita que sua equipe poderá sim alcançar o sétimo lugar dos construtores.

Klotz também aproveitou para parabenizar Christian Danner e disse esperar que a West, principal responsável pelo retorno do piloto, esteja satisfeita com a performance do alemão.

- Piquet vence praticamente de ponta a ponta, perdendo a liderança apenas durante as paradas de box, e encosta em Senna na classificação do campeonato. O brasileiro foi perfeito na corrida e aproveitou-se das adversidades dos outros para triunfar com muita tranqüilidade. Piquet voltou a frisar que as duas próximas corridas devem favorecer a Savoia e está confiante que pode assumir a liderança do campeonato;
- Senna começou com ritmo abaixo do esperado, caindo para a quinta posição, mas correu atrás do prejuízo e chegou em segundo, uma uma bela disputa por posição com Mansell. O brasileiro manteve a liderança do campeonato, mas viu Piquet encostar. O campeão de 85 corroborou as palavras do compatriota dizendo que a Savoia é sim favorita para a vitória nas duas próximas provas, mas disse que pressão está toda sobre e eles e que estará pronto para aproveitar-se de qualquer vacilo dos rivais. A constância têm sido uma arma de Senna nesta temporada, como nunca antes em sua carreira, com cinco pódiums em seis corridas;
- Mansell acabou perdendo a segunda posição para Senna no final, mas fez questão de ressaltar o crescimento gradativo da Williams, que acaba de assumir a quarta posição entre os construtores. O britânico comentou que a equipe mostrou ser capaz de brigar de igual para igual com os líderes do campeonato e não descarta a chance de vitória ainda este ano;
- Em uma corrida sofrível diante de seus fãs, Prost chegou apenas em sexto, enfrentando problemas mecânicos durante quase toda a prova. O francês comentou que foi perdendo cada vez mais pressão do turbo e foi inevitável ver os adversários passarem. Na parada que fez para trocar os pneus, Prost ainda tentou discutir com o engenheiro Kawamoto um possível conserto, mas o japonês alegou não valer a pena devido o tempo necessário para tal reparo;
- Boutsen sofreu uma quebra do alternador quando era segundo e foi obrigado a abandonar a prova. O belga, que chegou a liderar o campeonato, não pontua há quatro corridas e a Fittipaldi vai ficando para trás no campeonato. O ano que havia começado bem vai virando uma seqüência de dores de cabeça para Wilson e Emerson Fittipaldi, que estudam com a equipe o que pode ser feito para se recuperar. Boutsen espera uma melhor sorte nas próximas duas corridas, as quais deverão favorecer a equipe e seu potente motor turbo.

Biscazzi descarta aliar-se às tabagistas
Sem patrocínio desde que assinou com o brasileiro Ayrton Senna para poder disputar o título mundial, a scuderia de Verona pode seguir sem patrocínio por tempo indeterminado caso apenas empresas tabagistas queiram estampar suas marcas nos carros da equipe na próxima temporada. Questionado sobre o assunto, Giovane Biscazzi foi curto e grosso: "Aprendemos com o passado. Empresas da morte nunca mais utilizarão a Biscazzi para vender. Fizemos grandes parcerias com a Parmalat e com a Olivetti, empresas sérias que apoiam a vida! Buscamos parceiras assim para a Biscazzi."

- Após uma seqüência de quatro abandonos, Boutsen volta a pontuar e não podia ter sido melhor: o belga teve uma performance brilhante na chuva e venceu o GP da Grã-Bretanha. A Fittipaldi reduziu a diferença, porém ainda segue distante da Biscazzi e da Savoia na classificação do campeonato. Porém, para o piloto só há motivos para comemorar, já que a seqüência de azares chegou ao fim e a sorte deve voltar a sorrir para os carros amarelos daqui em diante. Boutsen espera seguir andando forte na próxima corrida, no veloz circuito de Hockenheim;
- Senna fez uma corrida de recuperação incrível, saindo de 11º para chegar em segundo, e não venceu por pouco. O brasileiro elogiou o trabalho da Biscazzi no acerto para a chuva, porém justamente o acerto no seco foi quem tirou a possibilidade de vitória: segundo o brasileiro, se não tivesse largado tão atrás devido os problemas nos treinos, poderia ter vencido com alguma facilidade. Mesmo assim, o saldo do fim de semana foi positivo, aumentando em mais dois pontos a diferença em relação a Piquet no campeonato de pilotos;
- Piquet tinha dúvidas se a estratégia de corrida escolhida pela Savoia daria certo. A idéia era dosar o ritmo para chegar com os pneus inteiros até quase no fim da prova, sem paradas. Porém o desgaste comprometeu bastante o desempenho, permitindo que os adversários se aproximassem e passassem. No fim, Piquet optou por trocar os pneus para ao menos chegar até a bandeirada sem maiores problemas;
- Prost criticou a estratégia de corrida da Savoia, segundo ele muito arriscada, devido ao desgaste que os pneus teriam no final. Segundo o francês, em uma pista com curvas de alta a aderência dos pneus é fundamental, portanto uma estratégia que envolve andar com pneus desgastados não poderia ser viável. Depos de ver que a corrida estava completamente perdida, Prost ainda fez sua troca no fim da prova, para ao menos chegar até o final;
- Johansson fez grande corrida, largando em décimo quinto e escalando várias posições para chegar em quinto e marcar mais dois pontos para a Vector. No final ainda segurou Patrese de forma valente por algumas voltas para garantir a posição. O sueco conseguiu uma ótima performance na chuva, totalmente diferente do que fez no treino, realizado no seco. Em grande fase, a Vector alcança os sete pontos ainda antes da metade do campeonato, mesma pontuação obtida em todo o ano de 85, quando a equipe foi sétima colocada no mundial de construtores, melhor campeonato de sua história;
- Patrese voltou a pontuar com a sexta posição, mas comentou que poderia ter sido quinto, não fosse a má estratégia adotada pela Potere. O italiano ficou na pista tempo de mais antes da parada, andando algumas voltas com pneus desgastados e fazendo-o perder a posição para Johansson. No fim, ainda conseguiu chegar no sueco, mas não obteve a ultrapassagem e teve que se contentar com apenas um ponto. A Potere com isso segue em sexto no mundial de construtores, um ponto atrás da Rocca.

Lee James parabenizou a exibição de Boutsen na corrida da Grã-Bretanha, elogiando o desempenho do belga mesmo sob pressão de Ayrton Senna. Sobre a conduta de Nakajima ao fazer o piloto da Fittipaldi perder tempo e ajudar seu companheiro de equipe, James se limitou a dizer que tal atitude era desnecessária.

O chefe da equipe brasileira também elogiou o desempenho de Fabi e lamentou mais um abandono por quebra na equipe. O inglês se disse incomodado com o número excessivo de abandonos por falhas mecânicas e, quando perguntado sobre o que poderia fazer a respeito, brincou: "talvez haja alguma tecnologia na Itália que faça com que os carros da Biscazzi e da Savoia não quebrem tanto quanto os nossos, então talvez seja interessante que Fabi acione seus contatos em seu país natal e consiga algo do tipo para a gente".

Empresa suíça do ramo de medicina alternativa pode ser a parceira perfeita para a equipe italiana
Gazzetta dello Sport

Giovane Biscazzi deu declarações recentemente sobre o repúdio da equipe com relação à indústria tabagista, inclusive com mensagens anti-tagabistas em seus carros, que seguem sem patrocínio master nesta temporada. A atitude da equipe com relação à saúde das pessoas está justamente atraindo um outro tipo de indústria: a da medicina. A Bioptron, empresa suíça do ramo de medicina alternativa, a qual dedica seus esforços especialmente a técnicas e tratamentos utilizando a luz, está interessada em firmar uma parceria com a equipe italiana. Um porta-voz da empresa conversou com a redação da Gazzetta dello Sport e afirmou que a empresa tem sim interesse, especialmente pela campanha em prol da saúde que o time tem feito por contra própria e do sucesso nas pistas nesta temporada. Segundo esta mesma fonte, as negocições devem iniciar nos próximos meses, visando uma parceria a partir de 1988.

Giovane Biscazzi mostra-se focado para a metade decisiva da temporada
Justamente no Grande Prêmio que marca a metade da temporada de 1987 da Formula 1, a Biscazzi parece ter encontrado uma parceira ideal para a próxima temporada: a empresa do ramo de medicina Bioptron. Questionado sobre a possibilidade de estampar o logo da empresa suíça nos carros da equipe, Giovane sorriu, mas pediu foco para a metade decisiva da temporada:
"É evidente que ficamos felizes com a possibilidade de assinar um patrocínio que vai de encontro com os ideais da Biscazzi, mas ainda é muito cedo, até porque precisaremos estudar com calma as cláusulas contratuais para não dar um tiro fatal nos alicerces da equipe. No entanto, neste momento toda a família Biscazzi está focada na temporada de 1987 da Formula 1: chegamos na metade dos Grandes Prêmios deste ano na liderança do mundial de pilotos, mas numa pista que não nos favorece. Enquanto parte da equipe trabalha para a disputa da corrida de amanhã a tarde, outros já estudam e fazem simulações para encontrarmos os acertos ideais de Hungaroring e Österreichring. Ou seja, neste momento estamos vivendo o presente com os pés no chão, alimentando a cada dia a esperança de fazer de Ayrton Senna mais uma vez o campeão da categoria mais importante do automobilismo mundial."

"Infelizmente seguramos o Patrese mais que o necessário na pista. Entendiamos que se ficasse algumas voltas a mais na pista teríamos vantagem sobre os adversários por andar com pista limpa por algumas voltas. O que não esperávamos era que os pneus se desgastassem tanto... talvez se tivéssemos mais algumas gotas de água na pista nossa estratégia daria certo. Mas não foi o caso, paciência. Peço desculpas ao Patrese pelo equívoco da equipe e aproveito para parabenizá-lo pelo belo trabalho que vem fazendo até o momento."

"Sobre o campeonato, está dentro do esperado para nós. Já previa uma briga dura com a Rocca, que vem fazendo um excelente trabalho nos últimos anos e uma Vector bem estruturada podendo tirar pontos importantes, como foi o caso dessa corrida. Mas temos um Staff excelente, apesar de ter certeza que essa briga pela quinta colocação vá até a ultima etapa, acredito na nossa equipe para conseguir o quinto lugar na nossa reestreia na categoria."

Roché faz balanço da primeira metade da temporada

Claudio Carsughi - Jovem Pan

Em rápida entrevista após o GP da Alemanha, o chefe de equipe Roché fez um balanço dessa primeira metade de temporada da estreante Larrousse: "Não tem sido nada fácil. Assumi a equipe ainda na pré-temporada, mas com alguns contratos já estabelecidos e sem possibilidade de assinar com um patrocinador secundário, o que prejudicou as finanças da equipe. Além disso, estamos tendo sérios problemas de confiabilidade e por vezes o noviciado, nosso e de Pirro, prejudica nossas chances de largar, sobretudo num final de grid tão competitivo quanto tem sido esse de 1987. Dadas essas dificuldades, pensamos poder evoluir em termos de resultados na segunda metade da temporada e certamente o 12º do Streiff contribui bastante na motivação da equipe e nos coloca no 15º lugar provisório do mundial de construtores"

- Piquet assumiu a ponta na largada e não perdeu mais, vencendo em Hockenheim e de quebra chegando à liderança do campeonato de pilotos. O resultado também colocou Piquet definitivamente no hall da fama da F1: o brasileiro superou o lendário Jackie Stewart em número de pódiums. As coisas não poderiam ter dado mais certo para o brasileiro. Quando às possibilidades de título, Piquet se mostrou ainda cauteloso: "Vencemos aqui que era uma pista que nos favorecia. A próxima, na Hungria, favorece Senna e a Biscazzi. Já a Áustria, que vem a seguir, é melhor para nós. A partir de agora cada corrida será uma batalha e temos que buscar o maior número de pontos possível em cada uma, dadas as possibilidades. É claro que acreditamos que será possível, mas não será fácil", declarou o brasileiro;
- Fabi estava radiante. Brigou pela vitória com Piquet desde o início e chegou em um honrado segundo lugar, melhor resultado de sua carreira. A Fittipaldi descontou mais dois pontos da diferença em relação à Biscazzi no campeonato, na briga pelo vice. "Agradeço à equipe pelo excelente carro que prepararam e pela oportunidade de guiá-lo. Vivo a melhor fase de minha carreira e devo isso a eles. Quase consegui passar o Piquet no início, mas o ritmo dele era melhor na segunda metade da prova e não seria possível alcançá-lo. No fim foi um grande resultado. Uma pena Thierry não estar comigo no pódium. Seriam pontos muito importantes", disse o italiano, referindo-se ao companheiro que estava em terceiro quando teve problemas mecânicos;
- Bellof finalmente subiu ao pódium pela Williams, em uma temporada difícil até aqui, marcada por quebras e acidentes. "Tivemos vários problemas de confiabilidade nesta temporada até aqui, porém na prova mais difícil de resistência para as máquinas, sobrevivemos que conquistamos este resultado. É fruto do árduo trabalho da equipe e especialmente dos mecânicos. Dedico este resultado a eles e aos fãs que acreditaram e vieram nos assitir";
- Senna lamentou não ter encontrado o melhor ritmo nesta prova, mas ressaltou que as possibilidades eram limitadas: "Nosso motor não é a última versão da Honda, que está com a Savoia. Os motores Fittipaldi também são muito fortes e dificilmente alcançaríamos os carros destas equipes. Nossa briga era com a Williams. O Stefan andou muito bem hoje e não consegui segurá-lo no início da prova. Depois ele disparou na frente e não havia mais como alcançar. O quarto lugar foi o melhor que pude fazer hoje", comentou o brasileiro, que viu Piquet empatar em pontos no campeonato e assumir a liderança pelos critérios de desempate;
- Prost vem sido acometido por uma grande maré de azar. Quebras e agora um acidente lhe impediram de somar pontos no campeonato. O francês vai ficando cada vez mais para trás e a disputa pelo título vai se concentrando em Piquet e Senna. "Tínhamos um excelente carro, bem acertado no treino de ontem, mas infelizmente fui acertado por trás na largada e nada pude fazer. Ainda não falei com Thierry, mas não acredito que tenha feito de propósito, um pouco de imprudência talvez. Estamos ficando para trás no campeonato, mas ainda não desisti. Está muito difícil agora, mas sinto que ainda tenho condições de fazer algo", declarou o francês.

- Piquet comemorou mais uma vitória e a disparada na liderança do campeonato, especialmente devido ao abandono de Senna logo na primeira curva. Ao ser questionado sobre a sorte que teve ao ver Senna fora da corrida, Piquet respondeu com "fiz minha parte e venci, o resto é o resto";
- Prost voltou a subir ao pódium depois de quatro corridas, mas segue com cara de poucos amigos. O francês vem sendo constantemente superado por Piquet nesta temporada e parece muito incomodado, respondendo aos repórteres rispidamente e sem se alongar muito. Em resumo, disso estar trabalhando duro para entender melhor o carro deste ano e voltar para o topo do pódium;
- Boutsen seguiu Prost durante toda a prova, mas em nenhum momento foi capaz de realmente ameaçá-lo. Ainda assim, o belga viu o resultado como muito positivo, especialmente porque a Biscazzi não marcou pontos e permitiu a aproximação da Fittipaldi no campeonato de construtores;
- Alboreto comemorou seu melhor resultado correndo pela Rocca e disse que o carro estava fantástico hoje. O italiano comentou que a equipe vem mostrando seu potencial a cada prova e espera estar na briga pelo pódium em breve;
- Senna disparou contra Mansell depois do acidente na largada que lhe tirou da prova. O brasileiro taxou o britânico de "estabanado" e "irresponsável", culpando-o pela batida e a perda de pontos importantes na briga pelo campeonato. Em uma disputa tão acirrada, recuperar estes nove pontos sobre Piquet não será uma tarefa fácil;
- Mansell pediu desculpas a Senna, mas alegou dividir a culpa do acidente com Fabi. Segundo o britânico, o italiano não lhe deu espaço suficiente e, apesar de ter considerado sua própria manobra um tanto arriscada, poderia ter evitado o acidente;
- Fabi alegou que Mansell fora afoito e irresponsável e que não havia espaço para mais um carro, pois a pista de Hungaroring é muito estreita. O piloto da Fittipaldi não enxerga qualquer culpa sua sobre o acidente, alegando que foi "vítima da imprudência de outros".

- A cara de Prost na coletiva parecia ligeiramente melhor. O francês finalmente voltou a vencer, depois de nove corridas, mas ainda tem 14 pontos de desvantagem em relação ao líder do campeonato Piquet. E ainda, apesar da vitória, o assunto que Prost queria mesmo falar na coletiva era o incidente ocorrido na volta de alinhamento no grid. A invasão de um animal selvagem na pista, causando perigo aos pilotos, fez a organização da corrida sofrer duras críticas. O francês é presidente da GPDA, a associação dos pilotos da F1, e clamou por maior segurança nas pistas, alegando que o que ocorreu hoje no Österreichring é um verdadeiro absurdo e um completo descaso da organização com relação à segurança. Por sorte, não houve um acidente. "Imaginem se este animal entra na pista em plena corrida, com os carros andando em velocidade máxima?", questionou. Sobre a corrida, Prost comentou que Senna foi um adversário duro, mas que felizmente tudo deu certo e conseguiu recuperar a posição perdida para o brasileiro no início da prova. Após as paradas de box, Prost voltou melhor e foi abrindo até receber a bandeirada;
- Senna chegou a passar Prost no início da prova, mas levou o troco e foi perdendo terreno, chegando em segundo. O trabalho mais rápido da Savoia nos boxes também ajudou o francês a deixar o brasileiro para trás. Mesmo assim, Senna comemorou o resultado, já que Piquet não completou a prova e possibilitou a diferença entre os dois no campeonato cair para apenas três pontos;
- Mansell voltou a subir ao pódium, pela terceira vez na temporada. A Williams vem sofrendo muito com as quebras, porém quando chega, chega forte e vai se consolidando como a quarta força da F1 neste momento. Ainda é pouco para o que a equipe sempre almejou, porém comparando com a temporada passada, o time inglês está em boa forma;
- Berger passou De Cesaris nas voltas finais e conseguiu um quarto lugar importantíssimo para a Potere, que passa a Rocca no mundial de construtores. O austríaco comentou que a presença do ídolo Niki Lauda nos boxes da equipe foi bastante motivadora e dedicou o resultado aos fãs que compareceram ao autódromo e que acompanham sua carreira;
- Boutsen estava inconformado após mais um problema mecânico da Fittipaldi, especialmente nesta corrida onde o belga teve que abandonar enquanto liderava. Segundo o piloto do carro #8, já não restam desculpas para as falhas. Boutsen comentou que a equipe tem trabalhado duro para reverter a situação, mas uma saída não está tão evidente. O belga atribuiu parte deles a puro azar e também lamentou o terreno perdido para a Biscazzi no campeonato, que abriu 11 pontos de diferença na segunda posição;
- Depois de uma seqüência de cinco pódiums, incluindo três vitórias, que lhe colocaram na liderança do campeonato, Piquet ficou sem pontuar devido à quebra do motor Honda da Savoia. O brasileiro fazia corrida discreta e pelo visto não conseguiria um grande resultado hoje. Desta forma, Piquet minimizou o problema e apenas lamentou a chance perdida de marcar alguns pontos, mas segue líder do campeoanto e ratificou que a Savoia tem plenas condições de recuperar a vantagem na próxima corrida, em Monza.

Rocca lamenta quebras, mas mantém otimismo
Claudo Carsughi - Rádio Jovem Pan

Rodrigo Rocca estava visivelmente abatido com o resultado do GP da Áustria. Após sua equipe manter a quinta colocação por várias corridas, o quarto lugar de Gerhard Berger alçou a Potere ao quinto lugar, ultrapassando a Rocca por um ponto. Ele rapidamente comentou após a corrida: "Uma pena, porque Arnoux tinha ótimas chances de pontuar e Alboreto estava a frente de Berger e de Cesaris quando quebrou. Infelizmente mais uma vez mostramos performance mas não tivemos confiabilidade nas pistas de alta. Em Silverstone já estávamos fora da disputa na oitava volta e aqui na terceira não tínhamos mais nenhum Rocca andando. Precisamos melhorar demais nos circuitos de alta, imediatamente."

Mas Rocca mostrou bastante otimismo com a equipe: "Os problemas que tivemos hoje não diminuem em nada a ótima temporada que estamos realizando: precisamos de 3 pontos para superar a pontuação de 1986 e essa situação era inimaginável oito meses atrás, considerando que esse seria um ano de transição para a equipe. Vamos nos manter na briga com a Potere e em 1988 faremos uma temporada ainda melhor. E para isso, claro, contamos com a permanência de Byrne, Oatley e Arnoux."

- Eis que a sofrida carreira de Fabi finalmente chega em seu ápice. O italiano consegue enfim sua primeira vitória. Depois de ser quase rejeitado pela F1 (foi o primeiro campeão da F2 a não ir para F1 imediatamente), o italiano sofreu em equipes pequenas e médias até conseguir um lugar na Fittipaldi. Os primeiros pódiums chegaram e hoje finalmente Fabi pôde subir ao lugar mais alto do pódium. Quase sem palavras para descrever o momento e bastante emocionado, o italiano apenas agradeceu à Fittipaldi pelo excelente carro que tem proporcionado durante toda a temporada e atribuiu a vitória também à sorte, já que Piquet ficou pelo caminho enquanto liderava. Fabi também agradeceu ao companheiro Boutsen pela disputa leal que tiveram na pista, não comprometendo em nenhum momento a corrida de ambos;
- Boutsen não estava totalmente satisfeito com o segundo lugar após largar na pole, mas comentou que é melhor ver se companheiro ganhar do que a rival Savoia. O belga parabenizou toda a equipe pelo excelente trabalho durante o fim de semana e comemorou o resultado que colocou a equipe na segunda posição entre os construtores;
- Bellof fez uma corrida discreta e contou com vários abandonos para beliscar um lugar no pódium. O alemão comentou que não conseguiu imprimir o ritmo que gostaria, mas que de qualquer forma não teria velocidade para acompanhar Savoia e Fittipaldi, sendo o terceiro lugar um ótimo resultado;
- A Rocca não tinha grandes pretensões para o fim de semana na Itália, mas no fim o time se classificou bem e fez ótima corrida, com Alboreto chegando na quarta posição. A estratégia adotada pela equipe para o italiano foi diferente do usual, largando com pneus duros e sem paradas, mas se mostrou eficiente no sentido de chegar com o carro inteiro no final. Arnoux, que vinha em estratégia um pouco mais agressiva, acabou quebrando;
- Danner marca seus primeiros pontos na temporada com o quinto lugar, melhor resultado de sua carreira, ajudando a Nürburg a diminuir a diferença em relação à Vector na classificação do campeonato. O alemão exaltou o bom trabalho da equipe com o carro, possibilitando andar à frente da Vector o tempo todo;
- O Savoia-Honda volta a quebrar e Piquet fica novamente sem pontos. O brasileiro está preocupado com a falta de confiabilidade da Savoia nas últimas corridas e disse que ele e a equipe tiveram sorte por Senna "ter feito cagada" e mantido a situação do campeonato inalterada. O bicampeão lembrou que as duas próximas corridas serão mais difíceis para a Savoia, que terá que trabalhar duro para vencer Senna na pista e, claro, chegar ao final das provas;
- Mansell e Senna mais uma vez se enroscam. Os dois trocaram farpas e acusações mais uma vez e a rivalidade entre os dois só aumenta, desde quando dividiram a garagem da Ferrari em 85 e 86. A FIA aplicou duras reprimendas a ambos e cravou que uma nova situação perigosa os envolvendo pode acarretar punições.

Saída do GP da Áustria e retorno do Canadá são as principais mudanças
The Daily Telegraph

O calendário para a temporada 1988 da Formula 1 foi divulgado nesta tarde pela FIA e, apesar de seguir com 16 etapas, traz algumas novidades. Uma das principais é a saída do GP da Áustria. O circuito de Österreichring foi duramente criticado pelos pilotos neste ano devido a problemas de segurança e, não havendo planos de investimento em melhorias na estrutura por parte da organização, foi retirado do calendário. Para repor a prova austríaca haverá o retorno do GP do Canadá, no reformado circuito Gilles Villeneuve, em Montreal. As demais alterações são de datas, sendo que o GP da Bélgica foi movido para a parte final da temporada, na lacuna deixada pelo GP da Áustria, enquanto que o GP do México foi alterado para o começo, sendo agora a quarta prova do ano e dando início a uma seqüência de três corridas no norte da América, juntamente com Canadá e EUA.

início do mês 4 - GP do Brasil, Jacarepaguá
início do mês 5 - GP de San Marino, Imola
metade do mês 5 - GP de Mônaco, Monte Carlo
final do mês 5 - GP do México, Ciudad de México
início do mês 6 - GP do Canadá, Montreal
metade do mês 6 - GP dos EUA, Detroit
início do mês 7 - GP da França, Paul Ricard
metade do mês 7 - GP da Grã-Bretanha, Silverstone
final do mês 7 - GP da Alemanha, Hockenheim
início do mês 8 - GP da Hungria, Hungaroring
metade do mês 8 - GP da Bélgica, Spa-Francorchamps
início do mês 9 - GP da Itália, Monza
final do mês 9 - GP de Portugal, Estoril
início do mês 10 - GP da Espanha, Jerez
final do mês 10 - GP do Japão, Suzuka
metade do mês 11 - GP da Austrália, Adelaide

Lee James parabenizou seus pilotos pela dobradinha conquistada em Monza, sobretudo Teo Fabi por sua primeira vitória, comentando: "É um resultado fantástico e merecido para um piloto que batalhou muito. Claro que reconhecemos que houve uma pitada de sorte com a quebra de Nélson Piquet, mas em Ímola foi Fabi quem quebrou enquanto liderava, então acho que os deuses do automobilismo italiano resolveram compensar aqui. Parabéns também a Boutsen, que proporcionou uma disputa justa e limpa pela liderança."

James ainda complementou: "Acho que essa vitória serve para mostrar a todos aqueles que desdenharam de nossa equipe sobre o nosso potencial. Teve quem se recusou a assinar conosco justificando que o projeto apresentado não poderia ser cumprido e é esse mesmo projeto que está nas pistas conquistando resultados expressivos. Teve também quem preferiu rasgar o contrato porque não julgou Teo Fabi como um piloto capaz de divulgar a marca, mas agora estamos aqui, na terra desta companhia, com os dois pilotos no alto do pódio sendo que ambos ainda fizeram a primeira fila do grid."

- Mansell pressinou Senna desde o início e, com uma manobra genial sobre o brasileiro entre os retardatários, tomou a ponta para não perder mais. Foi uma apresentação de gala do britânico, que volta a vencer após dois anos, assim como a Williams. Assim como Senna, Mansell reinicia sua carreira em outra equipe após a saída da Ferrari e volta a aparecer como um grande talento, depois de passar o ano anterior completamente apagado. O inglês elogiou o carro, o acerto e todo o trabalho do time, comentando que a nova direção colocou a equipe no caminho certo para voltar a figurar entre as grandes;
- Senna lamentou ter perdido a ponta por um descuido na hora de livrar-se dos retardatários e eximiu Moreno de culpa, o qual estava à sua frente no momento da ultrapassagem de Mansell. O brasileiro ainda comentou que, de qualquer forma, perderia a liderança nas paradas de box, já que a Williams trabalhou mais rápido. Portanto, o resultado foi bom, dadas as circunstâncias, e possibilitou Senna empatar em pontos com Piquet novamente, deixando o campeonato totalmente aberto, já passados 3/4 da temporada;
- Boutsen não tinha ritmo para atacar os líderes, mas fez seu trabalho de forma discreta e garantiu mais um pódium para a Fittipaldi, mantendo a equipe brasileira à frente da Biscazzi no mundial de construtores. O belga esperava um ataque mais contundente dos Savoia, mas que para ele felizmente não ocorreu e possibilitou uma corrida tranqüila;
- Piquet voltou a criticar o acerto do carro e declarou que fez o máximo possível com o que tinha em mãos. O brasileiro viu Senna subir ao pódium e empatar em número de pontos no campeonato. O alerta segue ligado na Savoia, já que a próxima corrida, em Jerez, deve favorecer a Biscazzi do campeão de 85;
- Bellof largou na pole, mas com um desempenho ruim no início da prova foi sendo ultrapassado até se acomodar na sexta posição, onde ficou até o fim. O alemão não soube explicar o que de fato ocorreu, apenas dizendo que "não sentia bem o carro hoje";
- De Angelis chegou apenas em nono, uma volta atrás do líder, mas a posição valeu o título de campeão entre os carros com motores aspirados para o piloto italiano, também conhecido como Troféu Jim Clark. O resultado, somado ao décimo primeiro lugar de seu companheiro Brundle, renderam à Tyrant o título de campeão entre equipes com motores aspirados, o Troféu Colin Chapman. Os prêmios vieram com quatro corridas de antecipação, já que a equipe estava muito à frente das demais equipadas com motores atmosféricos. Apesar de os títulos serem apenas simbólicos, os resultados valem premiações extras, que vêm ajudando bastante as equipes. De Angelis declarou que o título não lhe traz nada de especial, pois obviamente preferia estar disputando vitórias "de verdade". O italiano vive um segundo ano bastante ruim na Tyrant, depois de ter sido enxotado da Savoia, e luta para reaver sua reputação dos tempos de Williams, quando era tido como uma das grandes promessas do grid.