1983 - Sala de Imprensa

Jacques Bertrand
opinião

Vá se preocupar com sua equipe, Sean Byron!

Ao final da classificação do Grande Prêmio do Canadá de Fórmula 1, o chefe de equipe da Renault, Sean Byron, foi visto mostrando a Gustavo Lovatto (da Williams) um vídeo aparentemente editado pelo mesmo que contém todas as trapalhadas e erros do britânico Nigel Mansell na categoria até hoje. Mansell é a mais recente contratação da Williams após uma negociação que colocou o finlandês Keke Rosberg na Ferrari. Enquanto Byron ria, Lovatto -- admirador de Mansell -- parecia extremamente incomodado com a situação, mas o tom de esportividade prevaleceu.

Mas afinal de contas, como Sean Byron gasta seus dias? Enquanto a maior equipe francesa da Fórmula 1 está sem marcar sequer um ponto tendo investimentos gigantescos da Renault, o britânico aparentemente permanece omisso com suas obrigações e pior: prefere investir seu tempo em uma provocação infrutífera em vez de trabalhar em seu próprio time! Tenho a afirmar que uma eventual demissão de Byron será merecida se ocorrer! Mas que vergonha, hein?

Tentativa de frear o desenvolvimento dos motores turbo estabelece também limite de consumo de combustível
The Guardian

Após alguns rumores circularem nos últimos dias, a FIA confirmou hoje uma série de mudanças no regulamento técnico para a próxima temporada, que incluem principalmente o fim do reabastecimento durante as corridas e o estabelecimento de uma capacidade máxima para o tanque de combustível. As medidas visam frear o desenvolvimento dos motores turbo, dominantes desde a temporada passada, atingindo potência muito superior aos tradicionais motores aspirados. A decisão deve ser eficaz, já que as taxas de consumo de combustível ficarão limitadas, dificultando a obtenção de maior potência dos motores. A FIA alegou também que as mudanças trarão maior segurança para a categoria, já que o desenvolvimento desenfreado dos motores permitiria os F1 chegarem a velocidades cada vez maiores e portanto mais perigosas, além dos problemas de incêndio durante os pitstops, como já foi visto nesta temporada.
A FIA avaliou que a única maneira de limitar o consumo de combustível e poder fiscalizar o cumprimento desta regra seria proibindo o reabastecimento e estabelecendo uma capacidade máxima para o tanque de combustível, pois desta forma haverá garantia de que não houve consumo excedente. Portanto, a partir de 1984 não veremos mais a utilização das bombas de reabastecimento rápido nos pitstops, onde teremos apenas troca de pneus, e os tanques terão capacidade máxima de 220 litros. Segundo especialistas, alguns motores turbo atuais chegam a consumir até 300 litros por corrida e portanto as equipes terão que trabalhar para reduzir o consumo de seus motores. Ou ainda, os pilotos e equipes terão que administrar o consumo de combustível durante as corridas, para poder chegar ao final. É previsto portanto um impacto na dinâmica das corridas, devido estes novos fatores.

Após o insucesso visto até agora na atual temporada, medida visa permitir maior dedicação da equipe ao chassi
Le Monde

O clima anda tenso nos bastidores da equipe Renault. Os maus resultados da temporada levaram a cúpula da montadora a tomar algumas medidas. A primeira a ser anunciada foi a segregação do departamento de desenvolvimento de motores da equipe de F1, trazendo-o para o setor de P&D da montadora. Segundo o porta-voz da Renault, a decisão foi tomada considerando que a equipe de F1 não tem estrutura suficiente para manter os projetos de motor e chassi paralelamente com qualidade, sendo que a partir de agora poderá se dedicar totalmente ao desenvolvimento do chassi, enquanto os motores serão desenvolvidos na sede da montadora. A decisão foi tomada também como forma de a montadora poder administrar melhor o fornecimento de motores para outras equipes, após o sucesso com a equipe Fittipaldi e a previsão de fornecer motores para mais uma equipe em 1984.
Foi anunciado também que o desenvolvimento de um novo motor começará no próximo mês, já na sede da montadora. Enquanto isso, o futuro da equipe de F1 segue incerto, dependendo dos resultados que conseguir nesta segunda metade do campeonato.

- Scheckter festejou a segunda vitória na temporada e a aproximação dos líderes do campeonato. O sulafricano afirmou estar confiante na briga pelo título e que a Biscazzi tem neste momento um carro competitivo em qualquer pista. Scheckter também fez questão de colocar que está muito feliz com as condições dadas pela equipe e que acredita que tem correspondido à altura com boas apresentações. O piloto foi muito criticado por Giovane Biscazzi no início da temporada e parece estar reagindo;
- Piquet não ficou completamente satisfeito com o segundo lugar. O brasileiro afirmou que poderia ter chegado em Scheckter se Prost não o tivesse "segurado". O atual campeão falou que estava mais rápido e poderia ter passado e alcaçado o sulafricano da Biscazzi, mas Prost "não colaborou com os objetivos da equipe", ficando sem a vitória no final. A rivalidade entre os dois só cresce;
- Johansson comemorou o segundo pódium da carreira afirmando que, apesar de creditar o feito um pouco à sorte, pois veio na última volta com o abandono de Prost, o sueco afirmou que a equipe Tyrant merecia o resultado, após um final de semana muito competitivo do carro. Johansson agradeceu a equipe e espera continuar neste ritmo nas próximas provas;
- Rosberg comentou que foi boa a estréia pela Ferrari, apesar do resultado pouco expressivo, mas afirmou que as próximas pistas devem ser favoráveis aos carros italianos e que espera marcar bons pontos, para quem sabe até entrar na disputa pelo título, a qual neste ano está bastante acirrada. O finlandês também comentou sobre a intensa disputa por posição com Hunt, declarando que ter sido "muito divertida". Os dois se encontraram após a prova para convesar sobre isso e o britânico compartilha da mesma idéia;
- Arnoux e a equipe Renault respiram após finalmente conquistar o primeiro ponto na temporada. Apesar disso, a pressão da montadora francesa sobre o time continua, exigindo resultados expressivos. As pistas de alta que vêm na seqüência do campeonato devem ajudar o time francês, que precisará aproveitar as chances e conquistar bons resultados para manter-se na ativa;
- Prost lamentou a quebra no eixo de transmissão na última volta, que lhe tirou do pódium e levou os quatro pontos que conquistaria. Depois de sair do carro muito irritado e se recompor antes de dar entrevista, o francês falou também sobre a disputa com Piquet. Prost rebateu as críticas do brasileiro, dizendo que não havia nada de errado em sua atitude na pista e que estava defendendo sua posição como contra qualquer outro piloto, até porque não havia nenhuma instrução da equipe que lhe dissesse para deixar passar. Além disso, Prost afirmou que o brasileiro não parecia tão rápido quanto disse e que precisa entender que não há primeiro e segundo piloto no time, o que foi garantido pela Savoia na assinatura de seu contrato;
- Hunt foi outro que lamentou uma quebra no final, a qual lhe custou pontos importantes. O britânico também afirmou que ainda não sabe porque a equipe foi tão pouco competitiva neste final de semana e que será preciso investigar ainda o que aconteceu. Apesar disso, Hunt segue confiante na briga pelo título, pois acredita que as próximas pistas devem favorecer a Ferrari. Adicionalmente, o britânico elogiou seu novo companheiro Keke Rosberg e espera ter mais disputas como a de hoje, "de preferência com os dois brigando pela vitória!";
- Mansell pediu desculpas à Williams pelo erro pitoresco que cometeu em sua estréia da equipe, rodando sozinho e abandonando a prova. O britânico prometeu vir com o dobro de concentração na próxima prova, que marcará a aguardada estréia dos motores TAG Porsche turbo;
- Após mais um abandono, Fittipaldi começou a mostrar-se preocupado com o que vem acontecendo com sua equipe. A Fittipaldi perdeu a vice-liderança do campeonato de construtores para a Savoia e por sorte ainda não perdeu a do campeonato de pilotos. Emmo credita boa parte dos acontecimentos ao azar, mas afirma que a equipe precisa estudar e identificar as causas para que os problemas não se repitam. A Fittipaldi gastou toda a gordura que tinha para queimar. As próximas pistas devem favorecer os adversários e mais do que nunca o time precisa de seus pilotos e seu manager para manter-se vivo na disputa dos títulos. Apesar disso, Emmo, sempre muito positivo, ainda acredita que a equipe conseguirá dar a volta por cima e conquistar seus objetivos, fazendo questão de elogiar o trabalho de todos até agora.

Visivelmente irritado, Lee James manifestou seu descontentamento com mais uma prova com abandonos de sua equipe:

"É algo inteiramente sobrenatural o que estamos passando. Nenhuma equipe no grid possui um chassi tão bem conceituado quando o nosso e a única equipe que se iguala conosco teve apenas três quebras no carro. Temos o motor mais durável dentre os disponíveis de alta potência no mercado e já tivemos três quebras nesse setor, o que é a soma de Biscazzi, Ferrari e Savoia juntas. É óbvio que vamos seguir trabalhando para que esses problemas sejam minimizados, mas é algo fora de nosso controle quando a única prova em que os dois pilotos completam sem nenhum problema é aquela em que tivemos que apostar no conservadorismo. Não trabalhamos com 'se's, mas certamente deveríamos estar com uma vantagem maior no mundial de pilotos e em situação mais favorável no campeonato de construtores", declarou o inglês, que isentou os pilotos da onda de azar que a equipe vem passando.

James ainda declarou que espera que a FIA permita a capacitação de mecânicos custeada pela própria equipe a fim de evitar que falhas no pit-stop sejam mais determinantes para o resultado da corrida do que o talento e as estratégias.

King, questionado sobre a corrida, após a corrida, afastou os repórteres com seu chapéu, apenas dizendo: "Isto não é a Ferrari que eu conheço..."

Após o acidente "pitoresco" na estreia de Nigel Mansell pela Williams, Gustavo Lovatto relevou: "Obviamente, não há muito com o que se preocupar, Nigel. Foi um acidente típico de alguém ansioso por estrear em um bom time e buscar seu espaço. Como o bom piloto que é, tenho certeza que esse erro não vai se repetir.", disse o manager logo após o britânico chegar aos boxes da Williams.

Giorgio Montone reiterou que ninguém é segundo piloto na Savoia e a disputa é aberta, mas disse que após essa corrida irá conversar com os pilotos a fim de que eles passem a trabalhar de forma mais cooperativa, visto que isso deverá proporcionar mais pontos a ambos. De todo modo ele parabenizou a excelente disputa travada por eles, destacando que isso é a mais pura F1. Nostálgico, se recordou das disputas Fangio X Stewart dos anos 60.

Após o lamentável incidente envolvendo James Hunt e René Arnoux (da Renault), King, muito irritado, após ver a Ferrari perder a confortável liderança do campeonato de construtores, cobrou mais paciência do piloto britânico: "Estamos na metade final da temporada, brigamos pelos títulos de pilotos e construtores, reforço que a corrida tem quase duas horas de duração, muitas voltas pelo circuito. NÃO SE GANHA CORRIDA nas voltas iniciais! NÃO SE GANHA TÍTULO tentando se matar em uma disputa de posição! Peço paciência e cuidado dos pilotos da minha equipe, para o bem da equipe, deles mesmos, e dos demais."

- Prost comemorou mais uma vitória e elogiou o carro da Savoia e a estratégia de corrida adotada. O francês mostra-se cada vez mais confiante na disputa do título, conseguindo resultados mais expressivos que o companheiro e atual campeão Nelson Piquet;
- Fittipaldi lamentou ter largado tão atrás e disse que poderia ter vencido caso não tivesse feito uma segunda sessão de treino tão ruim e caído da primeira para a nona posição. Porém, frizou que não adianta chorar pelo passado e sim ver o lado positivo, pois hoje a Fittipaldi mostrou-se muito competitiva mesmo em uma pista rápida como Silverstone, onde dizia-se que os adversários teriam vantagem;
- Rosberg disse estar contente com seu primeiro pódium pela Ferrari, mas declarou também não ter sido a corrida que imaginava, depois de largar na segunda posição. O finlandês teve dificuldades para encontrar um bom ritmo, principalmente no início da prova, e foi perdendo posições. No fim da prova, com pneus macios, conseguiu recuperar-se e chegar em terceiro, mas alegou dificuldades para extrair aderência dos pneus Goodyear, especialmente os compostos duros;
- Mansell lamentou a perda do primeiro pódium de sua carreira no fim da prova, mas fez questão de ver o lado positivo da corrida, onde liderou pela primeira vez e brigou entre os ponteiros durante toda a prova, tudo isso em sua pista preferida. O britânico também ressaltou a boa estréia dos motores TAG-Porsche, elogiando muito a construção do motor e sua força, e comemorando o fato de ter conseguido chegar inteiro até o final, após expectativas pessimistas dos engenheiros;
- Palmer comemorou seu primeiro ponto da carreira, o segundo da Renault na temporada. A equipe francesa segue sem conseguir resultados expressivos e, se um pódium não aparecer em breve, o futuro da equipe fica cada vez mais perto do fechamento das portas. A cúpula da montadora também cobrou mais equilíbrio ao piloto René Arnoux, envolvido em vários acidentes que tiraram pontos importantes, incluindo na corrida de hoje;
- Moreno e Rothengatter elogiaram a estratégia de corrida da Highwind, que colocou ambos os pilotos no top-10, pela primeira vez na temporada. O brasileiro no entanto alfinetou a administração da equipe ao comentar que o reabastecimento já deveria ter sido utilizado há muito tempo, não entendo os motivos da equipe por deixá-lo de lado, após ter gasto uma virtuosa quantia de dinheiro para tê-lo. Moreno espera que a equipe melhore sua postura com relação ao planejamento das estratégias de corrida e que daqui para frente a história seja outra;
- Hunt assumiu o erro no enrosco com Arnoux e pediu desculpas aos fãs e à Ferrari. O britânico entende que precisa melhorar seu autocontrole, embora seja difícil mudar seu estilo agressivo de correr. Hunt comentou que nada está perdido ainda e que virá com o dobro de concentração na próxima prova;
- Arnoux, pressionado pela cúpula da Renault por resultados, jogou a culpa do incidente em Hunt, alegando que já tinha colocado o carro por dentro e não havia mais como o britânico fechá-lo sem causar uma batida. O francês comentou ainda que está dando tudo de si para conseguir melhores resultados, mas infelizmente não está tendo sorte nas corridas. Arnoux prometeu continuar lutando pelo time, o qual deseja muito que continue na F1 e progredindo.

Sean Byron oficialmente parabeniza Jonathan Palmer, afirmando que é a recompensa de um duro trabalho e que será a primeira entre muitas conquistas deste jovem talento.

Lee James elogiou o empenho de Emerson Fittipaldi e espera que o piloto possa manter o nível de pilotagem nas próximas etapas para sustentar-se na ponta do mundial de pilotos, posição que ocupa desde a primeira corrida, no Brasil, elogiando também o trabalho dos engenheiros da equipe.

O inglês também lamentou mais um abandono de Boutsen por problemas mecânicos, mostrando-se bastante frustrado pelo número de abandonos na temporada ser muito superior ao projeto apresentado pelos engenheiros ao projetarem o novo carro, mas garantindo que o belga tem total apoio da equipe e grandes chances de conquistar mais um pódio.

- Arnoux, de alma lavada após a primeira vitória da carreira, agradeceu à equipe pelo excelente carro que prepararam e comentou sobre o alívio de conseguir um grande resultado, depois de algumas corridas andando entre os primeiros e se envolvendo em acidentes, somado à pressão da montadora. A empresa-mãe por sinal enviou congratulações ao time e espera que mantenha o mesmo rimto até o final, melhorando sua classificação no campeonato;
- Piquet, que fez uma corrida de recuperação excepcional, saindo da décima sexta para a segunda posição, comentou que tinha carro para vencer. O brasileiro mostrou-se muito incomodado com o fato de ainda não ter vencido na temporada, mas acredita que a vitória é questão de tempo;
- Fittipaldi mostrou-se satisfeito com o resultado, que aumentou sua vantagem na liderança do campeonato. O brasileiro comentou sobre a fase de azar que teve algumas corridas atrás, mas ressaltou que os adversários também estão enfrentando problemas agora e a classificação do campeonato reflete a realidade do campeonato. O brasileiro elogiou o equilibrado chassi FD-05, mas declarou que nada está ganho ainda. Será preciso manter o mesmo ritmo até o fim da temporada para sair com o título;
- Pryce comemorou bastante o sexto lugar e o ponto conquistado com a Rocca. O britânico havia sido questionado sobre sua motivação, mas replicou dizendo que está em boa forma e com muita vontade de ajudar a equipe Rocca a crescer;
- Hunt lamentou mais problemas que não lhe permitiram chegar nos pontos. Um problema mecânico causou perda na pressão do combustível e conseqüentemente de potência, tirando suas possibilidades de encostar nos líderes. O britânico está claramente incomodado com os problemas que lhe tiraram das primeiras posições no campeonato e espera que a equipe encontre as soluções para voltar a brigar por vitórias. Hunt inclusive criticou a estratégia de corrida da Ferrari, que sempre parte mais pesada e sofre no início das corridas, questionando se esta seria a melhor tática;
- Boutsen lamentou o furo em um dos pneus, o que lhe tirou da zona de pontuação. O belga disse estar dando tudo de si, porém puro azar não está lhe permitindo conseguir bons resultados;
- De Angelis sofreu mais uma vez com uma quebra do motor TAG-Porsche, desta vez quando vinha na segunda posição, porém ressaltou que o propulsor ainda está em desenvolvimento e, apesar da baixa durabilidade, já mostrou que é muito potente e leve. O italiano comentou que motor tem portanto um grande potencial, dependendo apenas de alguns ajustes para se tornar um dos melhores da categoria;
- Prost é outro que demonstrou preocupação com as quebras da Savoia. O francês comentou que poderia ter vencido hoje e, apesar de já ter conquistado duas vitórias, o fato de não conseguir uma seqüência de bons resultados o impediu de tomar a liderança do campeonato.

Lee James mais uma vez elogiou o desempenho de seus pilotos, comentando que a liderança de Emerson é justa e reflexo das grandes atuações do mesmo, garantindo que continuará oferecendo ótimas condições para que o brasileiro mantenha o ritmo e conquiste o mundial de pilotos.

James novamente destacou que Boutsen vem correspondendo às expectativas e que entende que os resultados não estão sendo traduzidos em pontos por puro azar. O inglês disse que continuará fazendo o máximo para que o belga tenha condições de superar esta má fase e ajudar a equipe ainda mais no mundial de construtores.

King, em coletiva após a corrida, cobrou dos mecânicos e da equipe técnica SOLUÇÕES acerca da durabilidade de seus carros, comentando serem ridículas para o que ele chamou de PADRÃO FERRARI DE QUALIDADE. Segundo ele, se os resultados não começarem a aparecer, "cabeças irão rolar". Ainda parabenizou Rosberg pela corrida, afirmando que o resultado poderia ter sido levemente melhor, mas dadas as condições, é aceitável.

Em coletiva, Gustavo Lovatto disse que "sabemos que a tecnologia da TAG está ainda sendo evoluída, mas ela mostrou claramente que vai ser o melhor motor da categoria". Quando perguntado se a Williams conseguiria cumprir as exigências da empresa para a renovação, e subsequentemente o fornecimento de motor, Lovatto foi direto: "Com essa tecnologia, tenho certeza absoluta. Ela completou com o Mansell em Silverstone e tenho certeza de que vai completar com os dois no pódio. A TAG está ciente também da durabilidade do motor", disse.

Claudio Carsughi - Rádio Jovem Pan

Rodrigo Rocca deu rápida entrevista após o Grande Prêmio da Alemanha: "Sem dúvida, o ano está sendo mais difícil do que esperávamos. Fizemos quatro ótimos GPs e temos conseguido brigar com alguma frequência com duas ou três equipes maiores, mas as quebras e alguma dificuldade na adaptação do Pryce ao carro dificultaram nossa vida na primeira metade da temporada. Felizmente veio Hockenhein e um ano depois de nosso primeiro ponto, Pryce fez uma corrida excelente, andou todas as voltas entre os oito primeiros, mais da metade da corrida entre os seis e conquistou esse fantástico ponto. Tínhamos a expectativa inicial de nos aproximarmos dos 10 pontos, mas as dificuldades tem sido grandes, em função da alta competitividade das nove equipes maiores, mas esse resultado nos permite estar no nono lugar do mundial de construtores e isso por si só já é fantástico! Mas estamos conscientes que ainda precisamos evoluir."

- Piquet respira aliviado após a primeira vitória na temporada, ressaltando o bom desempenho do carro da Savoia nas pistas de alta. Além disso, outro fato que chamou a atenção no final de semana austríaco foi a disputa do brasileiro com o companheiro Alain Prost. Piquet comentou que o francês espalhou o carro deliberadamente contra o seu ao sair dos boxes e alegou falta de respeito do companheiro. O brasileiro ainda considerou justo o resultado da corrida após a quebra do francês, pois "ele mereceu perder";
- Boutsen festejou finalmente a volta aos pontos e ao pódium, depois de várias corridas marcadas por problemas mecânicos e muito azar. O belga espera conseguir uma seqüência de bons resultados, para que sua equipe volte a brigar pela ponta do campeonato. Boutsen ainda lamentou o problema com o companheiro e patrão Emerson Fittipaldi, alegando que os pneus dele tinham rodado uma volta a mais que os seus e portanto estavam mais desgastados, o que poderia ter influenciado na dirigibilidade do carro e causado a batida;
- Scheckter confessou que esperava pouco da estratégia sem paradas da equipe Biscazzi, mas que no final deu tudo certo, contando com os problemas dos adversários e chegando no pódium. O sulafricano segue animado na disputa pelo título, especialmente porque as três corridas seguintes são em circuitos onde a Biscazzi costuma se dar bem;
- Rosberg e Hunt reclamaram das estratégias de corrida da Ferrari, alegando que estão ficando muito tempo na pista com o carro pesado e com pneus duros. Ambos comentaram que chegaram nos pontos "com mais sorte que juízo" e esperam que tudo seja revisto para as próximas corridas. Os dois também tiveram dúvidas quanto ao acerto do carro;
- Fittipaldi assumiu o erro na última volta da corrida, quando escapou e bateu no guard-rail. O brasileiro alegou, como já havia dito seu companheiro, que os pneus desgastados atrapalharam justamente na volta final, ficando de repente com menos aderência: "Quando fui freiar na Bosch, os pneus não tinham a mesma aderência da volta anterior e tive que pisar mais forte. Infelizmente as rodas travaram e passei reto", disse o brasileiro. Piquet agora encostou no compatriota na classificação do campeonato, ficando apenas um ponto atrás;
- Prost, muito irritado com mais uma quebra, criticou os motores BMW, alegando que pioraram bastante em termos de durabilidade para esta temporada. O francês alegou que já poderia ter vencido pelo menos quatro corridas nesta temporada e estaria na liderança do campeonato, não fossem as quebras. Mesmo assim, prometeu aos fãs continuar brigando pelo título. Sobre o episódio com Piquet, Prost alegou que a disputa na saída dos boxes foi limpa e taxou o brasileiro de mau perdedor, pois não fosse a pane elétrica ocorrida nas últimas voltas teria vencido.

Equipe americana abandona operações na F1 para se dedicar ao automobilismo americano, após acordo com a Philip Morris
The Daily Telegraph

A equipe Winhill anunciou esta tarde que está deixando o Mundial de F1. Após resultados pouco expressivos nos últimos anos, especialmente na atual temporada, e situação financeira complicada, Charles Hallan entregou sua parte na equipe para a Philip Morris, que resolveu retirar o time da F1 e investir no campeonato da CART. A sede da equipe em San Diego, na Califórnia, já está trabalhando no projeto do novo carro para a categoria americana. Todo o restante do pessoal será direcionado para a fábrica da equipe, abandonando a F1 desde já e se dedicando ao novo projeto.
O piloto Bruno Giacomelli deve seguir para os EUA, trabalhando inicialmente como piloto de testes. Já Chico Serra foi dispensado.

James parabenizou a performance de Boutsen, dizendo que o resultado final é prova de que o piloto é talentoso. Segundo o inglês, Boutsen teria totais condições de ter mais resultados similares não fosse o azar.

O manager da Fittipaldi não criticou Emerson pela batida na última volta, comentando que "se um piloto do calibre de Emerson Fittipaldi errou, espera-se que tenha havido alguma variação de desempenho do carro". No entanto, James comentou que a equipe imaginava que o pneu assumiria o comportamento de um pneu duro por menos de metade da volta final e que, dada a situação de conforto do brasileiro na última volta, isso não acarretaria em nenhum problema. O inglês chegou a comentar que talvez a queda de aderência tenha sido mais brusca do que a garantida pela fabricante e elogiou a prova de Emerson, que teve que recuperar posições após um pit-stop com problemas.

Finalizando a entrevista, James disse que a margem para erros foi consumida e que a equipe terá que ir com a faca entre os dentes nas próximas corridas. Questionado se deveria ser mais agressivo, o chefe de equipe declarou que "há uma onda clara de azar para cima da equipe, já que a única vez em que a Fittipaldi conseguiu completar uma prova com ambos os pilotos e sem nenhum problema, ambos tiveram de ser conservadores em uma corrida que os vencedores usaram de uma estratégia com mais risco do que todas nossas estratégias do ano somadas e ainda assim obtiveram êxito, enquanto tentativas mínimas de ganhar desempenho como 60% de uma volta com a aderência extra dos pneus macios já acarretam em acidentes na equipe brasileira".

- Piquet comemorou mais uma vitória e elogiou o carro da Savoia neste final de semana, onde esteve impecável. O brasileiro confia na manutenção do bom momento do time e espera vencer mais vezes neste final de temporada para assegurar o bi;
- Prost comentou sobre as dificuldades que teve na prova, especialmente no início, quando os adversários estavam em vantagem devido aos pneus macios. No final, conseguiu recuperar posições e segurar os ataques de Fittipaldi para conseguir o segundo lugar e seguir vivo na briga pelo título. O francês está otimista em relação às próximas provas, graças ao bom desempenho que a Savoia vem apresentando nas últimas corridas, os quais colocaram a multicampeã na liderança do campeonato de construtores;
- Fittipaldi saiu frustrado com o terceiro lugar em Zandvoort. O brasileiro queixou-se de mais um problema no pitstop que lhe atrasou na corrida e também o fato de ter ficado preso atrás de Prost no final. Apesar disso, o campeão de 73 elogiou o piloto da Savoia pela excelente pilotagem defensiva. Emmo espera melhor sorte nas próximas provas para recuperar a liderança do campeonato e sair com o título;
- Alboreto lamentou a perda do lugar no pódium, mas viu os pontos positivos da corrida que fez, mostrando um desempenho consistente e andando entre os primeiros, coisa que pouco fez nesta temporada até agora;
- De Angelis frustrou-se com o discreto quinto lugar, comentando que a falta de durabilidade dos motores TAG-Porsche tem lhe obrigado a poupar equipamento para poder chegar ao final. O italiano ainda frisou que isso é normal quando um motor está ainda em fase de desenvolvimento, mas espera evolução para as próximas provas e sobretudo para o ano que vem;
- Rosberg não soube explicar exatamente por que a Ferrari não consegue melhores resultados nesta segunda metade da temporada. O finlandês apenas limitou-se a dizer que está dando o máximo possível de si e que o consumo alto dos motores dificulta um pouco a performance em corrida;
- Rothengatter festejou o top-10 conquistado em casa, agradecendo o apoio dos torcedores holandeses. O piloto espera manter sua vaga na Highwind para o ano que vem, pois acredita que está conseguindo mostrar um bom desempenho nesta temporada de estréia na F1;
- Scheckter lamentou o incidente na largada que comprometeu sua prova, onde não apontou culpados. O sulafricano comentou que tinha grandes expectativas para esta corrida, pensando no pódium ou até uma vitória. O desempenho de Alboreto comprova que a Biscazzi segue forte e que ainda não há nada perdido;
- Hunt culpou o azar pela batida na largada que lhe tirou da prova. Apesar de estar há várias provas sem conseguir chegar ao pódium e dos boatos sobre sua saída da Ferrari, o britânico ainda acredita no título: "confiem em mim; ainda não desisti", disse o piloto, retirando-se da sala de imprensa em seguida.

Lee James elogiou a corrida de seus pilotos, lamentando mais uma vez um problema de pit-stop com um de seus pilotos. O inglês declarou que o pit-stop correto faria com que Emerson alcançasse Alain Prost mais cedo e talvez com mais oportunidades de ultrapassagem e criticou novamente a FIA por não autorizar a capacitação de seus mecânicos. Segundo o manager, "as tecnologias usadas na F1 não estão disponíveis no Brasil e, ao contrário dos adversários europeus, só temos o primeiro contato com alguns equipamentos no primeiro final de semana da temporada".

Irritado com mais uma quebra, James também mostrou confiança em Fittipaldi após a queda para o segundo lugar no mundial de pilotos e apostando em um bom papel da equipe mesmo em pistas que não favoreçam tanto o atual conjunto.

- De Angelis comemorou a vitória como se fosse título. O italiano vinha perseguindo o primeiro lugar do pódium há muito tempo, depois de vários "quases". O italiano elogiou o trabalho da equipe e também da TAG-Porsche, a qual fez questão de agradecer o esforço no desenvolvimento do motor e salientar que os alemães responderam rapidamente à confiança depositada neles. De Angelis manteve-se confiante na continuidade do desenvolvimento, esperando brigar por mais vitórias nesta temporada e principalmente no ano que vem;
- Rosberg lamentou ter pedido a posição para De Angelis na janela de pitstops, o que lhe custou a vitória, mas comentou que os pneus Michelin têm sido superiores aos Goodyear, especialmente os compostos macios, que conseguem ficar na pista por mais tempo. O finlandês mostrou-se pessimista com relação ao título de construtores, dizendo que o time precisa se concentrar em manter o segundo lugar na tabela;
- Boutsen saiu muito satisfeito com o terceiro lugar. Depois de fazer um treino ruim e sair apenas em décimo quarto, o belga foi galgando posições, contando com os abandonos de vários adversários. Boutsen comentou ainda sobre a situação do campeonato de seu parceiro e patrão Emerson Fittipaldi, mantendo-se confiante de que Emmo e a equipe têm condições de retomar a ponta do campeonato e sair com o título. O piloto colocou-se a disposição para ajudar no que for necessário;
- Pryce festejou o quinto lugar com a Rocca, atribuindo o resultado a uma boa estratégia de corrida, somado a uma boa dose de sorte. O britânico está cada vez mais motivado com o desempenho do carro e acredita que na próxima temporada a equipe italiana virá ainda mais forte;
- Jones criticou a estratégia da Tyrant de não fazer paradas, dizendo que poderia ter conseguido um resultado muito melhor se tivesse corrido com a mesma tática do companheiro. Johansson, que fez pitstop para reabastecimento e troca de pneus na corrida, abandonou quando vinha em uma ótima quarta posição;
- Piquet foi outro que criticou a estratégia de corrida de sua equipe. Porém, o piloto acabou abandonando com uma quebra de motor, que aconteceria de uma forma ou de outra. No fim, o brasileiro disse esperar que o erro não se repita e que possa vir com tudo na próxma prova para já garantir o título;
- Johansson lamentou a quebra que lhe tirou da prova quando era quarto, mas culpou a equipe pela má administração dos motores. O sueco reclamou que a Tyrant tem submetido seus motores a altas quilometragens e utilizado os mesmos inclusive depois de quebras, o que tem aumentando bastante a chance de novos problemas;
- Arnoux saiu bastante frustrado da corrida. Depois de liderar grande parte da corrida, um problema no turbo lhe tirou da prova e impediu o que seria a segunda vitória da Renault na temporada. Apesar disso, o francês procurou olhar os pontos positivos e elogiar o espírito de luta da equipe, que não desinamou após um início de temporada ruim e conseguiu dar a volta por cima nesta segunda metade, com performances muito fortes nas últimas corridas.

Em entrevista após a corrida, Paul Jakeman comentou sobre as declarações de seus pilotos, sobre a reclamação de Jones, concordou: "Realmente, posso dizer que com as circunstâncias que a corrida apresentou, foi um erro a tática de não parar, e iremos avaliar melhor nas próximas corridas". Já com Johansson, ele se mostrou aborrecido, e respondeu ao jovem sueco que o propulsor no GP italiano estava em sua primeira corrida. Além disso, disse que agora não dá mais tempo de fazer motor, e a equipe quer economizar para tentar construir uma fábrica no próximo ano.

Lee James elogiou a prova de Boutsen, que resultou no quarto pódio do novato, declarando que o piloto teria tudo para estar na briga dos ponteiros do campeonato se não fosse a maré de azar que a equipe enfrenta ao longo da temporada.

James novamente depositou confiança em Emerson, apostando no brasileiro de sua equipe no mundial de pilotos.